Joel 1.4: "O que ficou da lagarta, o gafanhoto o comeu, e o que ficou do gafanhoto, a locusta o comeu, e o que ficou da locusta, o pulgão o comeu.
"Estes termos parecem definir quatro tipos diferentes de gafanhotos, podendo também referir-se a estágios diferentes de sua formação (lagarta, gafanhoto, locusta e pulgão). O contexto não favorece a sugestão de alguns intérpretes de que estes gafanhotos representam quatro nações que passaram sucessivamente pela palestina com motivações destruidoras. Apesar das tentativas de espiritualizar o texto, é razoável entender que se refira a passagem de hordas de gafanhotos de verdade. Uma nuvem destas, ao passar por terras férteis, devora todo o verde que encontrar.
Joel recorda uma praga de gafanhotos, provavelmente recente, para mostrar a Israel que a sua prosperidade agrícola era proveniente de Jeová e não do seu esforço independente. Tornar-se independente de Deus, tem como conseqüência a perda da sua proteção, ficando à mercê de todo tipo de ataque maligno.
Joel 1.13,14: "Cingi-vos e lamentai-vos, sacerdotes; gemei, ministros do altar; entrai e passai a noite vestidos de saco, ministros do meu Deus; porque a oferta de alimentos, e a libação, foram cortadas da casa de vosso Deus. Santificai um jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, e todos os moradores desta terra, na casa do SENHOR vosso Deus, e clamai ao SENHOR."
Uma importante informação dada por Joel é a procedência dos gafanhotos. O próprio Senhor enviou estes sucessivos exércitos devoradores e não o diabo. Sabemos que Deus utiliza-se dos mais estranhos e inesperados instrumentos para aplicar os seus juízos e desta vez foram gafanhotos mesmo. Em algumas ocasiões, foram demônios que agiram inconscientes da sua missão (Leia mais em 1Sm 18.10). Ora, se foi Deus quem enviou os gafanhotos, não adianta lutar contra eles, devemos ir na fonte, para procurar a absolvição do pecado que gerou a Sua reação.
A maioria das nossas dificuldades é causada por pecado e não por demônios. No máximo, eles se aproveitam da brecha provocada pelo pecado. Nestas ocasiões, amarrar demônios pode parecer a coisa mais acertada a fazer, reação que ele muito aprecia, por ser totalmente inútil. Culpar o demônio por algo que Deus está fazendo, nos mantém no erro, e se precisar de uma colaboração envolvendo efeitos especiais, o capeta está sempre disposto a dar uma força.
Aprendemos neste texto que nem tudo o que procede de Deus tem sabor agradável, mas seu objetivo é sempre proveitoso. Em contrapartida, nem tudo o que o diabo manda tem sabor ruim, mas a sua finalidade é sempre o mal final. Deus repreende e o diabo destrói. Não perca tempo envolvendo-se em atividades exorcistas, quando tudo poderia ser resolvido vestindo pano de saco, jogando cinzas sobre seu corpo em sinal de arrependimento e clamando ao Senhor pelo perdão.
E tem mais, não esqueça de abandonar o pecado, caso contrário tudo isto não passará de mais uma liturgia religiosa inútil (Pv 28.13).
Ubirajara Crespo