A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.
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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Pastores de verdade

Pastores foram convocados para discípular e não para realizar aparições semanais onde distraem as pessoas com versículos bíblicos. 

Discipuladores precisam de aproximação, mais do que visibilidade. A mensagem não é sua, mas de Deus. 



O Evangelho não é transmitido por um boneco falante escondido atrás de uma vitrine religiosa à qual chamamos de púlpito.

Sua mensagem não é apenas informadora, mas formadora de hábitos que precisam ser comprovados em uma vida exposta à observação diária.

A Palavra ensinada em sala de aula não tem o objetivo de mostrar a sabedoria do mestre, mas do seu autor, que é Deus. 

Jr 50.6. Ovelhas perdidas têm sido o meu povo; os seus pastores as fizeram errar, e voltar aos montes; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar de seu repouso.

Princípios bíblicos foram criados para serem observados no dia a dia e não apenas para construir peças de oratória.

O pastor de ovelhas vai além do que um robô programado poderia realizar na porta de saída do templo: sorrisos, cumprimentos e palavras doces. Ele dá a vida por suas ovelhas.

O pastor é uma figura presente, que participa da vida das ovelhas, sempre que for preciso e em todas as situações. 

Pastor de ovelhas não cabe na grandiosidade dos grandes auditórios religiosos.

Jr 12.10. Muitos pastores destruíram a minha vinha, pisaram o meu quinhão; tornaram em desolado deserto o meu quinhão aprazível.

Como discipulador e representante de Deus, não pode se distaciar, cultivar privacidade extrema, montar esquemas de isolamento, fugir do contato físico e dificultar a aproximação.

Se você conhece um pastor assim, incentive-o, faça isso agora mesmo, pois ele precisa muito disso.

Ez 34. portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou contra os pastores; das suas mãos requererei as minhas ovelhas, e farei que eles deixem de apascentar as ovelhas, de sorte que não se apascentarão mais a si mesmos. Livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que não lhes sirvam mais de pasto.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Saudade de quem ou de quê?

Saudades de quem ou de quê?

Filipenses: 4. 1. Portanto, meus irmãos, a quem amo e de quem tenho saudades, minha alegria e coroa, permanecei assim firmes no Senhor, amados. 2. Suplico a Evódia e a Síntique que restabeleçam a boa convivência no Senhor. 3. Sim, peço a ti, leal companheiro de jugo, que as ajudes, pois ministraram comigo na causa do Evangelho, juntamente com Clemente e com meus outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.

Uma das qualidades que mais admiro em um pregador é o amor pelo povo e nem tanto a paixão corporativista pela programação. Paulo fala do amor pelos irmãos e não por uma instituição eclesiástica que ele mesmo fundou na cidade de Filipos.

- Quanta saudade daquelas reuniões gostosas e tão animadas.

- Ah! Sinto tanta falta dos nossos louvores, dos nossos retiros, do cenáculo e daquela árvore onde nos assentávamos.

Nada disso se passava no coração daquele pregador tão bem sucedido, ele tinha saudades de pessoas que era capaz de citar pelo nome, e pelas quais ainda se sentia responsáveis. Evodia, Sintique, Clemente e Timóteo, entre outros.

Um auditório muito grande não facilita este tipo de relacionamento. Há quem acredita, que não existe uma justificativa bíblica para chamar de "meu pastor", alguém com quem não tenho nenhum contato pessoal e com quem nunca gastei um detinha de prosa.

Talvez possamos chama-lo de animador de auditório religioso , malabarista litúrgico ou invocando um sentido menos pejorativo, poderíamos lhe dar o título de expositor da palavra de Deus. O sentido bíblico da palavra pastor, o não se aplica a este tipo de pessoa.

Nada é mais importante para um pastor do que se relacionar com suas ovelhas com o objetivo de lhes levar as cargas ou distribuía estas mesmas cargas entre as demais ovelhas.

O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Não sou pastor de quem não sei o nome e de quem não sou capaz de reconhecer quando passo por ela na rua, na praça e no Shopping. Também não sou ovelha de quem mantenho a devida distância, nem de quem me escondo entre as cadeiras de um auditório religioso.

Massificar é andar na contramão do trânsito divino, é bater de frente com o trem celestial que conduz gente, o único material a ser usado na construção da Casa de Deus.

Ubirajara Crespo

http://bible.com/n/1JIVl Saudades de quem ou de quê?

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O pastor é um modelo ou um gerente?

Uma teoria do comportamento diz que o povo liderado consegue chegar, no máximo, a 60% do nível de seus líderes.

Pastor precisa de cura interior.

Durante todo o tempo de meu pastorado me preocupei com isto, pois percebia que até as minhas ovelhas menos próximas mostravam algumas das minhas reações negativas.

É muito fácil reproduzir minha voz, meus jeitos e trejeitos, mas é difícil reproduzir virtudes que não são observáveis ou que, simplesmente não possuo. Depender só do discurso, para produzir comportamento cristão, é sinal de pobreza espiritual.

O povo precisa mais de um modelo de comportamento do que de um modelo retórico.

Como posso expor às minhas ovelhas um padrão de conduta se o meu contato com elas se resume apenas àqueles momentos em que eu falo e elas escutam? O púlpito pode se transformar em um lugar onde exponho minhas virtudes e escondo meus defeitos.

Queria ser um pastor de verdade, e procurei me aproximar o máximo possível das minhas ovelhas, me dedicando ao discipulado e à formação de atitudes, mas sabia que o meu povo chegaria, no máximo a 60% de onde eu estava.

Minha preocupação maior era, portanto, com o lugar onde eu havia chegado, pois poderia me transformar em um gargalo, ao invés de um duto por onde jorra vida.

Estava totalmente ciente de que minhas ovelhas observavam minhas reações durante disputas esportivas e nas refeições comunitárias. Eles perceberam quando usei a minha posição para obter privilégios, como os primeiros lugares na fila do refeitório, o quarto mais confortável, o bife mais carnudo, etc.

Terei de prestar contas a Deus e a cada um dos ofendidos, de cada pecado não resolvido. Não posso esquecer de que prestar contas não é a mesma coisa que explicar.

Olhando para este texto de Paulo, me sinto "acuado e em xeque" e acho que o único modo de sair desta enrascada é crescendo e não melhorando o nível do meu discurso, minhas técnicas de auditório e aperfeiçoar os meus malabarismos.

Uma pessoa me disse, aqui no face, que gostaria muito de me ouvir falando. Mal sabe ela, que a minha prédica é o que de menos importante eu tenho para dar. Gostaria de ter mais exemplo para, do que assunto.

A igreja, de um modo geral, gasta muito mais dinheiro para ouvir grandes pregadores do que para ver o que eles são.

Eu mesmo viajei pelo Brasil inteiro falando pra quem não me conhecia e continua sem me conhecer. Do hotel para a Igreja, da Igreja para o hotel.

O nosso maior dilema e empenho deveria girar em torno do seguinte tema:

A ênfase do meu ministério é me transformar em um modelo de vida a ser imitado ou gerenciar uma programação religiosa?

Vou esconder o meu verdadeiro eu atrás de um púlpito, ou de uma mesa, ou vou me aproximar das pessoas e dizer a elas que podem me imitar?

Olhe para Jesus e não para mim. Uma das frases mais idiotas que poderia ser dita por alguém que foi chamado por Deus para ser o bom perfume de Cristo.

Se um dia eu cheirar mal, Senhor, me mate logo de uma vez. Melhor apodrecer debaixo da terra do que em cima.

Filipenses: 3. 14. O prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. 15. Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento; e, se sentis alguma coisa de modo diverso, Deus também vo-lo revelará. 16. Mas, naquela medida de perfeição a que já chegamos, nela prossigamos. 17. Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós.

Já viajei milhares de quilômetros só para ter uma ou duas prosa com um homem de Deus, almoçar com ele, me surpreender vendo-o pegar uma cadeira para eu sentar, arrumar a almofada, me trazer um copo de água, brincar de esconder com seus filhos, jogar bola com ele e contra ele no campo, cavar buracos de lixo junto comigo, me chamar de Bira e eu chama-o de seu David. 

Na maioria das vezes não era o que ele dizia que me impressionava mais, mas como dizia, como fazia e como me tratava e ainda me trata. Ele sempre me disse coisas importantes, seja em conversas soltas, durante as aulas, em suas pregações e em reuniões de grupos familiares da Igreja, mas o que eu gostava mesmo, era da nossa convivência. 

Meu mestre, conselheiro, exemplo e discípulador.

Precisamos investir mais no indivíduo do que na programação, na estrutura e na instituição.

Ubirajara Crespo


segunda-feira, 11 de março de 2013

A igreja entre o gigantismo e a procura de gente

Uma pergunta que se debate para nascer dentro de nossos úteros é a seguinte: O gigantismo da Igreja é o ambiente correto para voltarmos a ser tratados como gente?
 
 
Hoje vemos bancos e hospitais oferecendo um tratamento personalizado, que na verdade tem se mostrado um tratamento preferencial para quem faz depósitos mais polpudos. A Igreja também parece caminhar nesta direção.
 
 É difícil destacar alguém do meio de uma multidão, se ela não possuir características muito especiais que a destaquem dos demais. Dinheiro, fama, dons, capacitações, conhecimento e influencia são alguns destes destaques que, logo, logo, chamam a atenção da liderança. Já houve um tempo em que a espiritualidade era o fator predominante.
 
A verdade é que o acesso aos pastores e apóstolos esta ficando cada vez mais custoso. Talvez o erro seja nosso, pois os procuramos no lugar errado, isto é, na TV, em cima de palcos iluminados, nas capas de revistas e dentro de jatinhos.
 
Se quer marcar um encontro com um pastor de verdade, não o procure dentro ternos de marca, em escritórios luxuosos, nem cercado por seguranças, muito menos dentro de carros blindados, em Boca Raton ou outros condomínios luxuosos made in Brazil (com Z).
 
Eles estão em lugares isolados, curando alguma ferida, nas sarjetas, fazendo um parto, apartando uma briga, morando em palafitas, tentando desatolar o carro de alguém e carregando no colo uma ovelha doente.
 
São chamados de missionários, considerados como obreiros de segunda classe e não ocupam posição comando, mas é gente que sempre tem um tempinho para você.
 
O apóstolo de verdade, é atencioso e conhece suas ovelhas pelo nome (Veja as saudações e despedidas na epístola de Paulo). Apenas não se estabelece definitivamente em uma localidade, mas deixam saudades sempre que partem. Quem fica é o pastor. Ele se afeiçoa a um local para continuar o que o apóstolo começou.
 
Hoje chamamos de apóstolo o líder de um grupo de igrejas que, na sua maioria, nem conhece. A palavra perdeu sua pratica e o significado original, sendo transformada em título honorífico.
 
As instituições religiosas, por sua vez, precisaram cria uma nomenclatura que deixasse clara o tipo de organização hierárquica adotado.
 
O que você quer? Um título ou um ministério fundamentado em seu dom espiritual?
Meu conselho é o seguinte: mesmo que em seu ambiente eclesiástico haja pessoas brigando por um título, não participe desta cena, mas procure modificar o script. Desempenhe o seu ministério, com ou sem título.
 
Se a honestidade de propósitos não consegue se manter em um ambiente, é melhor sair dele, povo meu, pois Deus já saiu.
 
A principal função do pastor é pastorear e não disputar espaços nos púlpito, na mídia ou na cadeira que fica na quina da mesa da diretoria. Ele tem mais o que fazer.
 
Todo pastor pode ser um pregador, mas nem todo pregador consegue ser pastor. Pra que servem os títulos? Eles não transformam ninguém em nada, a não ser em um soberbo. O pastor é um prato assado por dentro. Já sentei a mesa de refeição de alguns locais, que teimam em se chamar de Igreja, onde o pregador é uma bela peça de carne assada só por fora, mas totalmente cru por dentro.
 
Ninguém pastoreia do alto do púlpito. Procure no cemitério, no atoleiro, no boteco, na zona, na boca de fumo, nos aniversários, na kracolandia, debaixo das pontes, no futebol, nas esquinas, nos enterros e nos hospitais. Estes são os mesmos lugares por onde Jesus andou.
 
A misericórdia e não o milagre é a sua maior identificação. Se você acha que é uma ovelha sem pastor, é porque procurou no lugar errado e ainda por cima, ajudou a construir o falso.
 
E luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias. Apocalipse 18:23
 
Ubirajara Crespo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

VOCÊ PREFERE A SUBMISSÃO NA MARRA OU NO AMOR?

1Ts 5.12-14: Nossos líderes merecem nosso apreço, amor e consideração, mas a obediência total deve ser reservada a Jesus. 

"Agora, vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós e os que vos presidem no Senhor e vos admoestam". 

Infelizmente alguns de nossos líderes ainda não se libertaram da sua carga cultural, religiosa e temperamental. Como consequência exigem o mesmo tipo de obediência devida somente ao Senhor.

A submissão deve acontecer nos moldes da Palavra escrita, interpretada corretamente e pregada de forma inteligível.

Toda instrução proveniente da Palavra deve ser recebida de bom grado, mas "ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal" (Cl 2.8).

Moldar pessoas tendo "eu mesmo" como modelo provoca o suicídio da pessoalidade. Destrua a você mesmo para que o "meu eu" cresça e apareça na sua voz, nos seus gestos e na sua aparência.

O verdadeiro discipulado nos resgata da simulação e da religiosidade de imitação, enquanto indica o caminho da descoberta de mim mesmo e do projeto para o qual fui criado. A forma mais violenta e destruidora de possessão, é por uma outra pessoa.

Como pastor, preciso saber exatamente onde está a linha divisória entre o princípio bíblico e as minhas tendências e reações. Sem este discernimento imponho aos outros, costumes religiosos denominacionais sem base bíblica. Como bônus extra, ainda corro o risco de moldar minhas ovelhas com uma fôrma errada, confundindo mandamentos com costumes, coando os mosquitos, mas liberando os camelos.

Tomo, como exemplo de princípio e a sua aplicação, o amor, que um princípio contextualizável à pessoa, ao local e à circunstância. Devo manifestar o amor com beijos ou aperto de mão? Abraço, ou afastamento? Palavra ou o silêncio? Comida ou bebida? As formas de expressão tudo isto é pessoal, desde que sejam convincentes.

Lançando mão dos escritos paulinos podemos colocar nossa convivência sob a luz dos seguintes crivos:

1. Façam e admitam tudo que seja bíbicamente justificável.
2. Tenham como motivação básica o viver "em paz uns com os outros".

Isto significa que todos os itens a seguir devem se enquadrar nestes critérios. "Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos" (1Ts 5.14). 

O bolo fica mais gostoso se confeitado com uma cremosa longanimidade e se a vela tiver um longo pavio.

Ubirajara Crespo