A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.
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segunda-feira, 4 de maio de 2015

Liderança total

O líder centralizador pode ser comparado com o sujeito no alto da escada, segurando a lâmpada no bocal, enquanto os demais giram a escada. Funções e títulos secundários são distribuídos, mas a lâmpada, o brilho e a luminosidade não saem da mão dele. 

Os demais agem, falam em seu nome, transmitem a sua energia, mas ele é a única fonte à qual precisam estar ligados, se quiserem brilhar. Transmitem as idéias dele e não a suas próprias idéias e, quando pregam, o esboço é dele.

Quando compartilha títulos, reserva para si o título maior: Pr. Sênior, Presidente, Apóstolo, Sumo Sacerdote e Sumo pontificie. Vacas de presépio dentro de uma garrafa onde "o cara" é uma rolha no gargalo de uma comunidade inteira. Jamais será ultrapassado, terá sempre o maior salário desta roda gigante, será sempre o eixo. Para chegar à este ponto, precisa convencer a todos da sua essencialidade e comprovar a secundariedade dos seus auxiliares. Neste ambiente as lideranças nascem, se transformam em promessas e morrem.

Funciona? Claro que funciona, mas não como um Corpo, o que, segundo as Escrituras, define a dinâmica de uma Igreja, mas como um organograma, o que não tem nada a ver com o funcionamento de um Corpo. Igreja não existe apenas para divulgar uma mensagem divina, mas a vida divina, da qual somos apenas o método, a mensagem e os transmissores. O único, que pode conservar aquela lâmpada nas mãos e subir naquela escada é Jesus. Se alguém ousar tomar o seu lugar, ele mesmo o colocará no pé da escada onde, juntamente com os seus "iguais" (ênfase total para iguais), fará a escada girar.

Se construirmos uma instituição religiosa, cujo produto é Jesus, então tudo o que nascer ali, morrerá ali, inclusive a instituição.

Ubirajara Crespo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

O pastor é um modelo ou um gerente?

Uma teoria do comportamento diz que o povo liderado consegue chegar, no máximo, a 60% do nível de seus líderes.

Pastor precisa de cura interior.

Durante todo o tempo de meu pastorado me preocupei com isto, pois percebia que até as minhas ovelhas menos próximas mostravam algumas das minhas reações negativas.

É muito fácil reproduzir minha voz, meus jeitos e trejeitos, mas é difícil reproduzir virtudes que não são observáveis ou que, simplesmente não possuo. Depender só do discurso, para produzir comportamento cristão, é sinal de pobreza espiritual.

O povo precisa mais de um modelo de comportamento do que de um modelo retórico.

Como posso expor às minhas ovelhas um padrão de conduta se o meu contato com elas se resume apenas àqueles momentos em que eu falo e elas escutam? O púlpito pode se transformar em um lugar onde exponho minhas virtudes e escondo meus defeitos.

Queria ser um pastor de verdade, e procurei me aproximar o máximo possível das minhas ovelhas, me dedicando ao discipulado e à formação de atitudes, mas sabia que o meu povo chegaria, no máximo a 60% de onde eu estava.

Minha preocupação maior era, portanto, com o lugar onde eu havia chegado, pois poderia me transformar em um gargalo, ao invés de um duto por onde jorra vida.

Estava totalmente ciente de que minhas ovelhas observavam minhas reações durante disputas esportivas e nas refeições comunitárias. Eles perceberam quando usei a minha posição para obter privilégios, como os primeiros lugares na fila do refeitório, o quarto mais confortável, o bife mais carnudo, etc.

Terei de prestar contas a Deus e a cada um dos ofendidos, de cada pecado não resolvido. Não posso esquecer de que prestar contas não é a mesma coisa que explicar.

Olhando para este texto de Paulo, me sinto "acuado e em xeque" e acho que o único modo de sair desta enrascada é crescendo e não melhorando o nível do meu discurso, minhas técnicas de auditório e aperfeiçoar os meus malabarismos.

Uma pessoa me disse, aqui no face, que gostaria muito de me ouvir falando. Mal sabe ela, que a minha prédica é o que de menos importante eu tenho para dar. Gostaria de ter mais exemplo para, do que assunto.

A igreja, de um modo geral, gasta muito mais dinheiro para ouvir grandes pregadores do que para ver o que eles são.

Eu mesmo viajei pelo Brasil inteiro falando pra quem não me conhecia e continua sem me conhecer. Do hotel para a Igreja, da Igreja para o hotel.

O nosso maior dilema e empenho deveria girar em torno do seguinte tema:

A ênfase do meu ministério é me transformar em um modelo de vida a ser imitado ou gerenciar uma programação religiosa?

Vou esconder o meu verdadeiro eu atrás de um púlpito, ou de uma mesa, ou vou me aproximar das pessoas e dizer a elas que podem me imitar?

Olhe para Jesus e não para mim. Uma das frases mais idiotas que poderia ser dita por alguém que foi chamado por Deus para ser o bom perfume de Cristo.

Se um dia eu cheirar mal, Senhor, me mate logo de uma vez. Melhor apodrecer debaixo da terra do que em cima.

Filipenses: 3. 14. O prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. 15. Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento; e, se sentis alguma coisa de modo diverso, Deus também vo-lo revelará. 16. Mas, naquela medida de perfeição a que já chegamos, nela prossigamos. 17. Irmãos, sede meus imitadores, e atentai para aqueles que andam conforme o exemplo que tendes em nós.

Já viajei milhares de quilômetros só para ter uma ou duas prosa com um homem de Deus, almoçar com ele, me surpreender vendo-o pegar uma cadeira para eu sentar, arrumar a almofada, me trazer um copo de água, brincar de esconder com seus filhos, jogar bola com ele e contra ele no campo, cavar buracos de lixo junto comigo, me chamar de Bira e eu chama-o de seu David. 

Na maioria das vezes não era o que ele dizia que me impressionava mais, mas como dizia, como fazia e como me tratava e ainda me trata. Ele sempre me disse coisas importantes, seja em conversas soltas, durante as aulas, em suas pregações e em reuniões de grupos familiares da Igreja, mas o que eu gostava mesmo, era da nossa convivência. 

Meu mestre, conselheiro, exemplo e discípulador.

Precisamos investir mais no indivíduo do que na programação, na estrutura e na instituição.

Ubirajara Crespo


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

MODELOS RELIGIOSOS ENGARRAFADOS

ONDE ESTÁ O "SACA RÔLHAS"

Grupos religiosos se formaram e montaram esquemas fechados. Cada um deles tem um formato onde o crescimento é avaliado de acordo com a sua adaptação a este formato. Isto inclui a forma de louvar, de pregar, de cumprimentar, de falar e de vestir. Quanto mais parecidos com o esquema, mais você cresceu.


A única porta de saída para crescer e voar está fechada. O leão de chácara é o líder centralizador. Você cresce dentro do esquema religioso pré moldado montado por um caudilho. Ele é a rolha desta garrafa jamais ultrapassada.


Não importa o título que lhe dão. Pastor, missionário, bispo, apóstolo, patriarca. Nosso problema não é com o título, mas com o modelo imposto.


Esta pessoa nos impede até de olhar para Jesus, pois ele é colocado como um intermediário entre nós e Cristo, um degrau a ser alcançado antes de chegarmos a Jesus.



Há um só mediador entre Deus e o homem, Jesus Cristo. O líder deveria se manter na posição de facilitador, de porta sempre aberta para o crescimento, um trampolim e não uma rolha.

No Gênesis está escrito que cada um deve se reproduzir segundo a sua espécie. 

Por qual motivo os grupos apostólicos e outros modelos centralizadores podem ter vários pastores, mas somente um bispo, ou apóstolo ou vários apóstolos e um só patriarca?

Por que alguns grupos religiosos têm um pastor, vários presbíteros e diáconos? 

Será medo de ser ultrapassado? 

Acho que a coisa funciona mais o menos deste modo: - Se alguém chegar no meu nível eu preciso inventar um cargo maior e ser o primeiro a ocupá-lo.

A própria construção do salão de cultos é feita de forma a centralizar a atenção de todo mundo em uma única pessoa. Ele fala e os outros ouvem.

Sair deste ponto e chegar ao modelo atual de apostolado foi só uma questão de tempo. Gostaria de nem sequer ver o que ainda vem pela frente.

A apostolicidade moderna é apenas um dos títulos usados para reforçar a nossa sede de poder.
Em alguns ambientes o título de pastor já serve. Só muda o público alvo. O pastor domina uma igreja, o presidente dos jovens, uma parte dela e o pai domina uma família. O apóstolo tem seu domínio ampliado por que a sua sede é maior e a sua eficiência também.

O problema não está no título, mas no tamanho da sede pelo poder. No fundo, no fundo, é tudo farinha do mesmo saco.

Jesus abriu passagem ao dizer: Quem crer em mim fará as mesmas obras e ainda maiores.

Ele não dá fechadas e não teme ser ultrapassado. Sua posição está garantida pelo Pai.

Ubirajara Crespo

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