Uma
pergunta que se debate para nascer dentro de nossos úteros é a seguinte: O
gigantismo da Igreja é o ambiente correto para voltarmos a ser tratados como
gente?
Hoje
vemos bancos e hospitais oferecendo um tratamento personalizado, que na verdade
tem se mostrado um tratamento preferencial para quem faz depósitos mais
polpudos. A Igreja também parece caminhar nesta direção.
A verdade
é que o acesso aos pastores e apóstolos esta ficando cada vez mais custoso.
Talvez o erro seja nosso, pois os procuramos no lugar errado, isto é, na TV, em
cima de palcos iluminados, nas capas de revistas e dentro de jatinhos.
Se quer
marcar um encontro com um pastor de verdade, não o procure dentro ternos de
marca, em escritórios luxuosos, nem cercado por seguranças, muito menos dentro
de carros blindados, em Boca Raton ou outros condomínios luxuosos made in
Brazil (com Z).
Eles
estão em lugares isolados, curando alguma ferida, nas sarjetas, fazendo um
parto, apartando uma briga, morando em palafitas, tentando desatolar o carro de
alguém e carregando no colo uma ovelha doente.
São
chamados de missionários, considerados como obreiros de segunda classe e não
ocupam posição comando, mas é gente que sempre tem um tempinho para você.
O
apóstolo de verdade, é atencioso e conhece suas ovelhas pelo nome (Veja as
saudações e despedidas na epístola de Paulo). Apenas não se estabelece
definitivamente em uma localidade, mas deixam saudades sempre que partem. Quem
fica é o pastor. Ele se afeiçoa a um local para continuar o que o apóstolo
começou.
Hoje
chamamos de apóstolo o líder de um grupo de igrejas que, na sua maioria, nem
conhece. A palavra perdeu sua pratica e o significado original, sendo
transformada em título honorífico.
As
instituições religiosas, por sua vez, precisaram cria uma nomenclatura que
deixasse clara o tipo de organização hierárquica adotado.
O que
você quer? Um título ou um ministério fundamentado em seu dom espiritual?
Meu
conselho é o seguinte: mesmo que em seu ambiente eclesiástico haja pessoas
brigando por um título, não participe desta cena, mas procure modificar o
script. Desempenhe o seu ministério, com ou sem título.
Se a
honestidade de propósitos não consegue se manter em um ambiente, é melhor sair
dele, povo meu, pois Deus já saiu.
A
principal função do pastor é pastorear e não disputar espaços nos púlpito, na
mídia ou na cadeira que fica na quina da mesa da diretoria. Ele tem mais o que
fazer.
Todo
pastor pode ser um pregador, mas nem todo pregador consegue ser pastor. Pra que
servem os títulos? Eles não transformam ninguém em nada, a não ser em um
soberbo. O pastor é um prato assado por dentro. Já sentei a mesa de refeição de
alguns locais, que teimam em se chamar de Igreja, onde o pregador é uma bela
peça de carne assada só por fora, mas totalmente cru por dentro.
Ninguém
pastoreia do alto do púlpito. Procure no cemitério, no atoleiro, no boteco, na
zona, na boca de fumo, nos aniversários, na kracolandia, debaixo das pontes, no
futebol, nas esquinas, nos enterros e nos hospitais. Estes são os mesmos
lugares por onde Jesus andou.
A
misericórdia e não o milagre é a sua maior identificação. Se você acha que é
uma ovelha sem pastor, é porque procurou no lugar errado e ainda por cima, ajudou
a construir o falso.
E luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas tuas feitiçarias. Apocalipse 18:23
Ubirajara Crespo
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