PLANEJAR E DEIXAR NAS MÃOS DE DEUS:
Visitar uma Igreja e implantar nela frutos espirituais é, sem dúvida, um propósito digno de um enviado de Deus. Por alguma razão, porém, Paulo, o apóstolo, fora impedido, talvez temporariamente, de cumprir esta missão. Quem foi que fez isto? Deus, o diabo, ou as suas próprias escolhas?
Paulo parece mais interessado em plantar do que em saborear os frutos do quintal daquela Igreja. "Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados" (Rm 1.11).
Depreende-se daqui, que nem sempre a pureza de propósitos é uma indicação segura de que algo deve ser feito ou de que chegou o dia e a hora de fazer. Nada havia nesta tarefa que provocasse a desaprovação divina, pelo menos aparentemente.
Há controvérsias aqui, e elas perdurarão até descobrirmos a fonte e o motivo desta imobilidade apostólica.
Este me parece mais um daqueles casos sem elucidação. Acredito, porém, que apesar de tanta vontade de acertar, não estamos impedidos de conjeturar. Vamos apenas tomar o cuidado de evitar tatear no escuro. Para tanto é preciso invocar uma declaração anterior de Paulo. Ele garantiu que em suas orações expressava sempre o desejo de ir à Roma, mas o faria apenas "pela vontade de Deus (Rm 1.10)".
Estou convicto de que devo conversar com Deus sobre os meus sonhos e expectativas, reconhecendo, porém, que nem sempre sei quais são os seus propósitos. Não faça o que Ele não mandou, nem deixe de fazer o que Ele ordenou.
Como agir nestes casos? Reconhecer que posso estar errado pode ser o ponto de partida, mas preciso de um ponto de chegada. Tão somente devo permanecer atento para alguma indicação diferente.
Não insista em fazer o que Deus não mandou. Antes de iniciar a viagem, não se esqueça de que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Isto não significa que, de vez em quando, Ele não a empurre por nossa goela abaixo, como fez com Jonas.
Dependendo das circunstâncias, barreiras ou facilidades podem significar tanto aprovação quanto reprovação. Barreiras são impecílios removíveis, ou uma espécie de prova pela qual devemos passar. Também podem ser avisos de que não devemos continuar nesta direção.
Em todas as circunstâncias, nada como conhecer a Palavra e andar em perfeita comunhão com Deus para descascar qualquer abacaxi. Andar em comunhão é afinar a sintonia, cantar em uníssono com os anjos, e não esquecer de levar um diapasão para medir se o tom está correto. Comportamento típico de quem dança no ritmo do céu. Ele toca lá e nós dançamos aqui.
É assim que se constrói um feliz ano novo apostólico.
Está em formação um novo ano
Aproveite bem as oportunidades que ele lhe dará.
Ubirajara Crespo