A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O BEIJO DA SERPENTE

A partir de que momento o servo se torna árbitro? Segundo Paulo, o perigo é iminente, caso contrário, não precisaríamos ser advertidos: 

"Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal (Cl 2.).

Esta mudança de hábito ocorre depois que dons e talentos sobem à cabeça e a fonte destas dádivas muda de endereço. Ir da luz para as trevas ou das trevas para a luz é um tráfego que se intensifica na medida em que nos aproximamos do destino final: O Reino definitivo de Yeshua.

No meio deste caminho haverá muita gente trocando de lado, sem trocar de discurso e sem admitir clara e publicamente esta troca. Com o aumento deste trânsito o engarrafamento tornará difícil saber quem está indo e quem está vindo. O discurso religioso, mesmo desacompanhado da prática, ainda atrai muita gente, por isto não vale a pena abandoná-lo.

Como saber se o discurso é praticado pelo seu apresentador? Pergunta que se torna difícil de responder quando a distância entre o pregador e seus ouvintes aumenta.

Esta distância é intensificada pela construção de grandes auditórios e pelo cerco do discursador por seguranças, que dificultam a aproximação. Como saber se ele faz o que prega se o que sabemos a seu respeito é o que diz do palco? O discurso pode ser apenas uma cantada, mais um beijo sedutor da serpente. Reluz, mas não agrega valor, late mas não morde.

Papagaios percebem que ao reproduzirem alguns sons, atraem o afago e a admiração de seus expectadores. A alienação é o prato preferido do totalitarismo eclesiástico. Somente ao cair em ouvidos bem informados o discurso sedutor se esvazia. Então vamos esvaziá-lo.  

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

RECEITA RELIGIOSA COSINHANDO EM FOGO MORNO

Fica difícil cozinhar, na mesma panela, ingredientes como maldade, fé, adultério e expectativa messiânica. Talvez fosse este o sinal que esperado por "uma geração má e adúltera pedindo um sinal" (Mt 16.4).

Jesus deixou claro nesta declaração que algumas escolhas são irreconciliáveis.

Não há tarefa mais inútil do que tentar aliviar o peso de perversidades acumuladas por gerações com aparências e compensações religiosas. Obviamente não foi por temer a Deus que estas pessoas solicitaram um sinal da vinda do Messias. 

Não passava de uma maldosa armação embrulhada num pacote enfeitado com confete religioso. A dissimulação é o sujeito que ficou claro nesta frase, apesar da tentativa de ocultá-lo por detrás de vocabulário religioso e zelo dissimulado.

"Aproximando-se os fariseus e os saduceus, tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu" (Mt 16.1). 

A atitude daqueles questionadores, não me preocupa tanto quanto as tentativas satânicas de me colocar nesta mesma prisão. Preciso me manter vigilante, e evitar que uma seringa contaminada injete em minha alma uma fórmula composta por palavras certas, liturgias aceitáveis e motivações erradas. É parecer santo sem viver a santidade ou declarar libertação sem arrependimento e mudança de vida.


Jesus reconheceu que o senso de observação apurado dos farizeus era capaz de fazer previsões do tempo de curto prazo. Sensurou-os, porém, por não serem capazes de detectar sinais óbvios do advento do Messias. Sua cegueira espiritual era turbinada pela sua ignorância das Escrituras. Suas brilhantes conclusões adivinham dos sentidos e da razão e não da iluminação. "Chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado" (Mt 16.2).




A percepção da aproximação de alterações climáticas no mundo espiritual é um dom dado a todos, não apenas ao big boss denominacional. É composta por valores subjetivos aliados objetivos. O fator subjetivo funciona como uma luz amarela que acende no interior de quem anda com Deus. Um sinal que alerta da possibilidade de perigo iminente.


O fator objetivo vem do conhecimento das profecias bíblicas contestualizadas a informações vindas do noticiário. Os farizeus estudavam a Bíblia, mas perderam a percepção profética e ficaram insensíveis aos sinais que os tempos conferem. Jesus os confrontava com esta perda de percepção.


"Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?" (Mt 16.3)


Jesus não perdia tempo montando um circo para assistentes descomprometidos, que até pagariam o ingresso, mas de quem extrairia apenas dinheiro, aplausos e admiração.

Para estes simplesmente dizia: RESPEITÁVEL PÚBLICO: O espetáculo não vai começar! "...nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas" (Mt 16.1-4).

O sinal de Jonas nos convoca, não apenas para assistir, mas para participar de uma tragédia pessoal, onde se morre para o mundo e se vive para Deus. O escript inclui a cena do crime, destacando a cruz onde nos tornamos cúmplices da morte do "velho homem" e a tumba que engole a carne, assim como Jonas foi engolido por um peixe. Ali perdemos o contato com o mundo e experimentamos a nossa redenção.

Este drama terminará quando a terra vomitar quem a vomitou. O que são três míseros dias de contenção para quem aguarda a glória eterna?

Ubirajara Crespo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Discipulando na Boquinha da garrafa

UMA ROLHA NO GARGALO

Lembro de ter acesso a uma estatística que mostrava os discípulos alcançando, no máximo, 60% do que alcançou o mestre. Se eu não crescer, viro uma rolha no gargalo, um limitador e deixo de ser uma alavanca, uma escada ou um trampolim.

Diga-se de passagem que uma escada leva a outro lugar, e não para mim mesmo. Jesus disse que o servo não é maior do que o Senhor. Talvez seja por isto que ele nos chama de amigos e nos acena com a possibilidade de fazermos as mesmas obras que Ele fez e ainda maiores. O amigo, disse Jesus, ensina todas as coisas, não reserva para si um pulo de gato, uma exclusividade. Isto é coisa de senhorio feudal.

O discípulo não é meu, é de Jesus. Se o mantenho meu, está sob rédeas curtas e tem o seu alcance delimitado por mim e pela posição que ocupo no organograma. O máximo que conseguirá ir, é até onde estou, ou melhor, a 60% disto.

As grandes perguntas do discipulador deveriam ser:

1.Até onde cheguei?

2.Até onde pretendo ir?

3.Estou levando alguém comigo?

4.Sou gargalo ou escada?

5.Deixo o discípulo me ultrapassar ou neste trânsito costumo dar fechadas?

6.Tenho prazer em controlar ou em emancipar?

Só posso me considerar um discípulador realizado quando vir meus meninos andando sozinhos. Quanto menos eles precisarem de mim, melhor.

Através de um trampolim, as pessoas mergulham em águas profundas. Caso contrário sou uma rolha no gargalo.

Estas rolhas proliferam em igrejas de regime piramidal (centralizador), onde o líder máximo nunca é ultrapassado.

Neste tipo de regime a estrada é estreita e não é há espaço para manobra dos demais carros, todos seguem em comboio.

Transformando em prática:

1.tenho subordinados ou colaboradores?
2.Exerço controle usando meus títulos e o organograma ou treino?
3.A Instituição que eu criei é uma prisão de pontenciais ou um celeiro de possibilidades?

Ubirajara Crespo