A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

RECEITA RELIGIOSA COSINHANDO EM FOGO MORNO

Fica difícil cozinhar, na mesma panela, ingredientes como maldade, fé, adultério e expectativa messiânica. Talvez fosse este o sinal que esperado por "uma geração má e adúltera pedindo um sinal" (Mt 16.4).

Jesus deixou claro nesta declaração que algumas escolhas são irreconciliáveis.

Não há tarefa mais inútil do que tentar aliviar o peso de perversidades acumuladas por gerações com aparências e compensações religiosas. Obviamente não foi por temer a Deus que estas pessoas solicitaram um sinal da vinda do Messias. 

Não passava de uma maldosa armação embrulhada num pacote enfeitado com confete religioso. A dissimulação é o sujeito que ficou claro nesta frase, apesar da tentativa de ocultá-lo por detrás de vocabulário religioso e zelo dissimulado.

"Aproximando-se os fariseus e os saduceus, tentando-o, pediram-lhe que lhes mostrasse um sinal vindo do céu" (Mt 16.1). 

A atitude daqueles questionadores, não me preocupa tanto quanto as tentativas satânicas de me colocar nesta mesma prisão. Preciso me manter vigilante, e evitar que uma seringa contaminada injete em minha alma uma fórmula composta por palavras certas, liturgias aceitáveis e motivações erradas. É parecer santo sem viver a santidade ou declarar libertação sem arrependimento e mudança de vida.


Jesus reconheceu que o senso de observação apurado dos farizeus era capaz de fazer previsões do tempo de curto prazo. Sensurou-os, porém, por não serem capazes de detectar sinais óbvios do advento do Messias. Sua cegueira espiritual era turbinada pela sua ignorância das Escrituras. Suas brilhantes conclusões adivinham dos sentidos e da razão e não da iluminação. "Chegada a tarde, dizeis: Haverá bom tempo, porque o céu está avermelhado" (Mt 16.2).




A percepção da aproximação de alterações climáticas no mundo espiritual é um dom dado a todos, não apenas ao big boss denominacional. É composta por valores subjetivos aliados objetivos. O fator subjetivo funciona como uma luz amarela que acende no interior de quem anda com Deus. Um sinal que alerta da possibilidade de perigo iminente.


O fator objetivo vem do conhecimento das profecias bíblicas contestualizadas a informações vindas do noticiário. Os farizeus estudavam a Bíblia, mas perderam a percepção profética e ficaram insensíveis aos sinais que os tempos conferem. Jesus os confrontava com esta perda de percepção.


"Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?" (Mt 16.3)


Jesus não perdia tempo montando um circo para assistentes descomprometidos, que até pagariam o ingresso, mas de quem extrairia apenas dinheiro, aplausos e admiração.

Para estes simplesmente dizia: RESPEITÁVEL PÚBLICO: O espetáculo não vai começar! "...nenhum sinal lhe será dado, senão o de Jonas" (Mt 16.1-4).

O sinal de Jonas nos convoca, não apenas para assistir, mas para participar de uma tragédia pessoal, onde se morre para o mundo e se vive para Deus. O escript inclui a cena do crime, destacando a cruz onde nos tornamos cúmplices da morte do "velho homem" e a tumba que engole a carne, assim como Jonas foi engolido por um peixe. Ali perdemos o contato com o mundo e experimentamos a nossa redenção.

Este drama terminará quando a terra vomitar quem a vomitou. O que são três míseros dias de contenção para quem aguarda a glória eterna?

Ubirajara Crespo

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Discipulando na Boquinha da garrafa

UMA ROLHA NO GARGALO

Lembro de ter acesso a uma estatística que mostrava os discípulos alcançando, no máximo, 60% do que alcançou o mestre. Se eu não crescer, viro uma rolha no gargalo, um limitador e deixo de ser uma alavanca, uma escada ou um trampolim.

Diga-se de passagem que uma escada leva a outro lugar, e não para mim mesmo. Jesus disse que o servo não é maior do que o Senhor. Talvez seja por isto que ele nos chama de amigos e nos acena com a possibilidade de fazermos as mesmas obras que Ele fez e ainda maiores. O amigo, disse Jesus, ensina todas as coisas, não reserva para si um pulo de gato, uma exclusividade. Isto é coisa de senhorio feudal.

O discípulo não é meu, é de Jesus. Se o mantenho meu, está sob rédeas curtas e tem o seu alcance delimitado por mim e pela posição que ocupo no organograma. O máximo que conseguirá ir, é até onde estou, ou melhor, a 60% disto.

As grandes perguntas do discipulador deveriam ser:

1.Até onde cheguei?

2.Até onde pretendo ir?

3.Estou levando alguém comigo?

4.Sou gargalo ou escada?

5.Deixo o discípulo me ultrapassar ou neste trânsito costumo dar fechadas?

6.Tenho prazer em controlar ou em emancipar?

Só posso me considerar um discípulador realizado quando vir meus meninos andando sozinhos. Quanto menos eles precisarem de mim, melhor.

Através de um trampolim, as pessoas mergulham em águas profundas. Caso contrário sou uma rolha no gargalo.

Estas rolhas proliferam em igrejas de regime piramidal (centralizador), onde o líder máximo nunca é ultrapassado.

Neste tipo de regime a estrada é estreita e não é há espaço para manobra dos demais carros, todos seguem em comboio.

Transformando em prática:

1.tenho subordinados ou colaboradores?
2.Exerço controle usando meus títulos e o organograma ou treino?
3.A Instituição que eu criei é uma prisão de pontenciais ou um celeiro de possibilidades?

Ubirajara Crespo

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Jardim Invadido


Deus é o único ser que se completa em si mesmo. As carências que o homem possui, todas elas, podem ser supridas em Deus, porque dele se originam todas as coisas, a vida e a essência dela. O homem precisava de uma companheira, algo que pudesse suprir o que só Ele preencheria.  Mas de onde Ele criaria uma criatura tão perfeita como Adão? 

Nada melhor... Imagino Ele ter pensado: Criarei algo fruto da minha mais perfeita criação; uma mulher.

Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar –Gênesis 2.21.

Ao acordar, Adão vê ao seu lado algo impressionante. Alguém diferente, mas tão idêntico a si mesmo que era impossível ele se conter. Ambos são uma junção de um só corpo, agora sim, estava completa a criação do homem. 

E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada – Gênesis 2.23.

Satanás ficou atordoado, já não bastava Deus se reproduzir em Adão, agora se recria novamente em Eva por meio de Adão. Portanto, agora Deus tinha filhos seus para se relacionar.    

Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne – Gênesis 2.24.

Entre os eventos, este é o mais impressionante, pois nada similar aconteceu. E desde então eles entraram para o topo de prioridades, para serem atacados e destruídos pelas trevas. Gerações se passaram e os problemas que as famílias enfrentam são praticamente os mesmos, algumas diferenças na forma, mas a origem continua a mesma.

A união frustrada entre vários casais é um dilema mundial. Os números alarmam até os mais céticos. Seus problemas têm refletido em todas as camadas da sociedade, empresas, escolas, igrejas. Onde a família é vítima desses problemas, todos sofrem as consequências. De filhos aos parentes mais distantes,

Alguns casais têm enfrentado o seguinte dilema: Por qual motivo, ao oficializar o casamento, ele se desintegra, em vez de fortalecer-se? 

Muitos decidem viver uma vida de fornicação e amasiamento, com receio de ser vitimado por esta estatística. Muitos preferem ter filhos, netos vivendo desta forma, argumentando que oficializar a união apenas iria criar dificuldades, em vez de facilidades. Talvez você possa ter uma lista incontável de pessoas que vivem assim e tem até indagado o motivo. Ou talvez faça parte deste quadro, possuindo os mesmos receios. Um jovem casal fazia planos para a festa de casamento, quando um deles indagou:

– Será que valerá a pena casar mesmo, tanta gente vive junto, nem por isso eles vivem mal. Lembra do meu primo?, ele tem uma vida ótima, nunca precisou ir a um cartório ou a uma igreja.

Ela olhou fixo para ele e respondeu: 

– Será que eles estão tão bem assim? Se estivessem, oficializariam a união. Você acha que seremos prejudicados, por nossa união ser oficializada e receber a bênção de Deus?

Ele ficou em silêncio, tocando os seus cabelos, e respondeu: – É isso que não entendo, eu tenho medo que após nosso casamento, tudo acabe. Conheço um casal que fez isto e tudo terminou.

É uma sensação paradoxal. Você só começa a sofrer quando decide fazer as coisas exatamente em conformidade com a Palavra de Deus. 

Em verdade vos digo, que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu – Mateus 18.18.

Não temos como desvincular a vida sentimental e a família do mundo espiritual. As trevas sabem a importância da bênção de Deus em sua vida. O equilíbrio entre a vida familiar e os sentimentos está sob ataque constante, para demonstrar que o oposto é melhor. Basta você refletir e verá e mapeará em minutos qual instituição está sob o mais intenso ataque das trevas. Muitos casais estão como águas estagnadas em seus sentimentos, principalmente depois de sofrerem vários reveses. 

Não abra mão do que foi conferido a você desde o princípio da criação, o seu complemento. Em todo evento da criação, o homem foi o único ser que precisou da complementação feminina. Não abra mão da história que Deus traçou para a sua família, não tema em receber a bênção de Deus.

Ebenezer Saint - autor do livro "Jardim Invadido"