A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.
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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Com ou sem emoção?

João 2.17. O zelo da tua casa me devorará.

O clima criado por Jesus neste momento de forte confronto com os exploradores da Casa do Senhor não deve ter sido dos mais amenos. Sua explosão ribombeou por todo o recinto. Não deve ter feito aquilo sorrindo e mansidão. Sangue de barata também ferve, de vez em quando e não foi este tipo de sangue, que Jesus derramou e com o qual nos purificou.

Não consigo imaginar nosso Rabi expressando ira, indignação, compaixão e amor sem alterar seu tom de voz, sua expressão facial ou corporal. Certamente ao usar o chicote, o Senhor Jesus não o fez com passos de balé.

Jesus não deve ter afinado a voz para chamar os fariseus de hipócritas,  nem sorriu amistosamente ao escorraçar os negociantes do templo. Seu último suspiro na Cruz não expressou alegria, alívio ou satisfação. Jesus era normal. Ele sentia dor, se angustiava, suava sangue e a sua temperatura se alterava quando irado. Lembre-se de como o modo como olha ou para Pedro, depois da sua negação tríplice, lhe rasgo a alma de cima a baixo.

A dificuldade para expressar sentimentos, ao falar sobre assuntos mais frios ou quentes, nem sempre demonstra controle emocional, pode, sim, indicar a existência de uma trava emocional. E pra quê controlar suas emoções e esconder de todos o que sente? Você nas é um ator, mas a expressa da verdade, inclusive a seu próprio respeito.

Não existe vejo qualquer para impor ao pregador uma camisa de contenção homiletica. Também não tem sentido usar algemas imposta a por maus habita familiares. Muitos cresceram sob contenção emocional, e sob a imposições de coações sociais. Conheci um professor de homiletica, que ensinava os alunos a se imaginarem dentro de uma bacia, cujo tamanho limitava o movimento de seus bracos e o quanto poderia se mexer em um púlpito.

Você acha que conseguirá sacudir a minha alma, me convencer a mudar hábitos entranhados, enquanto me faz dormir ou dispersar com a sua voz monótona e sua expressão vazia? Fique querendo, meu.

Claro que o exagero existe. Falo das mais recentes criações de modelos oratórios espalhafatosos onde o EFO se expressa com excesso de volume, gestos e movimentações ensaiadas. Pregador não é apresentador de programa de auditório. Púlpito não é lugar para palhaçadas. Este tipo de comportamento provoca desrespeitosa com a Palavra.

Emoção, educação e inteligência não colidem entre si, antes nos levam a agir com naturalidade.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Prefere o Púlpito ou o Palco?

2 Coríntios: 5. 12. Não estamos tentando outra vez nos recomendar a vós, mas vos concedemos a oportunidade de vos orgulhardes por nossa causa, de maneira que tenhais resposta para os que se orgulham das aparências e não do que está no coração. Porquanto o amor de Cristo nos constrange, porque estamos plenamente convencidos de que Um morreu por todos; logo, todos morreram.

Amo pregar, mas nem sempre amo aqueles para quem prego com a mesma intensidade (frase que ouvi do Pr. Marcos Shimizzo).

Meu objetivo aqui não é fazer mais uma daquelas costumeiras confissão retórica. Tento descobrir os motivos e as raízes que provocam ocasionais desvios dos trilhos construídos para me conservar no caminho da motivação correta. Quero limpar as minhas motivações e ser constrangido a pregar por amor.

Com incríveis malabarismos consigo apoiar todo o peso da locomotiva em um ou noutro trilho. À um deles chamo de "púlpito", ou "paixão pela Palavra", ao outro eu chamo de auditório, ou "Paixão pelo aplauso". Noto que estou andando neste último, quando nada me deixa mais realizado do que os elogios e a admiração demonstrados no final.

"Um morreu por todos, logo, todos morreram", inclusive o meu velho homem. Neste caixão estão também os meus impulsos mais agudos, inclusive aqueles que me impelem a procurar a glória pessoal, ser indiferente, insensível e passar de largo.

"Não estamos tentando outra vez nos recomendar a vós". O meu papel é mostrar a todos o caminho que os levará ao Senhor e não a mim mesmo, aos meus dons, talentos e palavras.

“Senhor, me livra de mim mesmo, pois a crédito que o meu EGO é o maior abismo já construído entre nós dois". Nada é tão mortífero contra o EU, quanto a cruz. Somente ela tem poder para processar o mais completo livramento, que é a crucificação do EU. Demônios e tentações giram ao meu redor em busca deste mel. Se tirar o mel, a mosca não zombe.

Difícil olhar para um grande auditório sem cultivar a visão de massa feita de pessoas que não conheço pelo nome, não sei o seu endereço e nunca estive presente durante os seus bons e maus momentos.

Nestas ocasiões procuro pregar algo que os prenda, fidelize e os incentive a sustentar uma programação capaz de atrair pessoas como eles.

Mensagens cujos temas são centralizados nas necessidades humanas podem ser confeccionadas a partir de pesquisas sociológicas publicadas na Internet. Nelas eu sou informado a respeito das necessidades, ambições, problemas, expectativas e temores humanos. Baseado nestas informações posso preparar mensagens que convençam a todos de que deverão voltar na próxima semana para me ouvir, pois sei como deixar a mensagem subliminar dizendo: este homem sabe nos capacitar a realizar os nossos sonhos.

Em outras ocasiões, deixo de lado a "religiosidade útil", me coloco em cima de um púlpito, e caminho no trilho que sustenta o meu amor pela Palavra. Nestas ocasiões procuro enriquecer o povo com conhecimento bíblico e os incentivo a praticar os princípios que as Escrituras possuem.
Quando estou nesta posição, a minha motivação maior é agradar a Deus e tentar convencer o povo a fazer o mesmo.

O assunto da pregação é fornecido pela Bíblia que carrego em minhas mãos. Nela estão disponíveis todas as informações a respeito das necessidades humanas das quais preciso para construír uma mensagem relevante.

“Portanto, compreendendo o que significa temer ao Senhor, procuramos persuadir todas as pessoas" (2Co 5.11).

Isto não me libera da necessidade de contextualizar a minha fala. Para isso, posso recorrer as mesmas pesquisas sociológicas já mencionadas, e ouvir o povo que frequenta as reuniões. Não conseguiremos fazer isto sem conviver e chegar o mais perto delas possível.

Não existe atividade mais inútil do que subir em um púlpito para responder a perguntas que ninguém está fazendo, ou para criar necessidades que nem sequer precisam de suprimento.

Púlpito e auditório são igualmente importantes, pois do púlpito só deve sair aquilo que Deus diz e o auditório é o público alvo da mensagem que estou pregando.

O modo como você vê tudo isto, dependerá de que lado do púlpito está, do lado de cá ou de lá.

Já estive atrás de muitos púlpitos e à minha frente já vi 10, 50, 100, 1.000,10.000 pessoas. Para ser transparente, devo confessar que os grandes auditórios me traziam uma certa sensação de messianidade.

É muito difícil afastar este tipo de pensamento: — Eles vieram aqui para me ouvir, portanto, eu sou a figura mais importante aqui presente.

Além do mais, nós, pregadores sofremos a tendência de nos hierarquizamos de acordo com o número de pessoas que somos capazes de atrair.

Todos nós estamos sujeitos à todo tipo de tentação. Umas são próprias daqueles que sobem no púlpito e outras rondam as mentes dos que ocupam as cadeiras do auditório. Não caia em nenhuma delas, fique apenas com os meus melhores momentos.

Ubirajara Crespo

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SERPENTEANDO NOS PALCOS RELIGIOSOS

PÚLPITO ENVENENADO:

Nem sempre a nossa pregação é de boa procedência, mesmo quando as palavras o são.

É possível escolher usar boas palavras e utilizar-se de métodos retóricos aceitáveis visando alcançar objetivos escusos.

"Pois a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo" (1Ts 2).

O dolo só ocorre quando indivíduos e agremiações religiosas utilizam conteúdo bíblico para proveito próprio. A mensagem passa a ser meio e não o fim.

1.Alguma vez o púlpito foi usado para auto promoção?

2.Algum Show Gospel teve o objetivo de arrecadar dinheiro?

3.Você sabe de um religioso que enriqueceu à frente de uma denominação?

4.O objetivo do culto do empresário é beneficiar a quem?

5.Já viu uma autoridade eclesiástica usar sua posição para ameaçar?

6.Existem pessoas capazes de fazer falsas promessas para aumentar a arrecadação?

7.Será que existem fundações e Ongs usadas para lavagem de dinheiro?

8.Pessoas ofertam com o objetivo de ganhar mais?

9.Já ouviu falar de bandas e pregadores cobrando altos cachês?

Se você tiver coragem de responder a estas perguntas, saberá o que significa exortar com dolo.

Ubirajara Crespo

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Esqueletos no armário

Existe algum compartimento de sua vida que você gostaria de esconder? Talvez um fundo falso, onde guarda algo que deseja manter em segredo. Um defunto tão antigo que já virou esqueleto, ou se transformou em fóssil.

O elo perdido entre a utopia e a realidade.

Quando transitava pelas avenidas, becos e esquinas de Tessalônica, Paulo nem tirava o pijama, indumentária que usamos apenas na frente de pessoas íntimas. Ele escancarava portas, aplainava os caminhos, demolia as barreiras e liberava os pedágios para quem desejava fazer uma viagem turística pelo seu interior. "... Porque vós, irmãos, sabeis, pessoalmente, que a nossa estada entre vós não se tornou infrutífera".

Um relacionamento pessoal é extremamente revelador. Pode ser que alguém, temendo que algum focinho resolva farejar o buraco da sua fechadura, coloque púlpitos, telinhas de TV, títulos, pedestais e seguranças armados entre eles e os seus auditórios.

Cuidamos para que o nosso transito por algumas vias relacionais seja sempre de mão única, ou seja, de mim para lá, jamais de lá para mim. Este tipo de direção é extremamente defensiva, mas evita da gente bater de frente com "algum cara jamanta".

Quem precisa esconder um pecado, por menor que seja, não se expõe aos perigos de uma convivência próxima. Paulo, andava na contramão só para ver e ser visto de frente. Olho no olho! Ele disse que os tessalonicenses o conheciam "pessoalmente" e sabiam como os frutos eram colhidos.

Eu já preguei em alguns palcos de onde ficava difícil ver o rosto das pessoas que sentavam-se depois da quinta fileira. Dali de cima é fácil convencer as pessoas de que somos espirituais, mas de onde é impossível exercer algum tipo de pastoreamento.

"... mas, apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como é do vosso conhecimento, tivemos ousada confiança em nosso Deus, para vos anunciar o evangelho de Deus, em meio a muita luta".

Não esconda o jogo, mostre a sua cara. O Evangelho é para pessoas normais, pecadores.

Os sãos não precisam de médico.

Ubirajara Crespo