João 2.17. O zelo da tua casa me devorará.
O clima criado por Jesus neste momento de forte confronto com os exploradores da Casa do Senhor não deve ter sido dos mais amenos. Sua explosão ribombeou por todo o recinto. Não deve ter feito aquilo sorrindo e mansidão. Sangue de barata também ferve, de vez em quando e não foi este tipo de sangue, que Jesus derramou e com o qual nos purificou.
Não consigo imaginar nosso Rabi expressando ira, indignação, compaixão e amor sem alterar seu tom de voz, sua expressão facial ou corporal. Certamente ao usar o chicote, o Senhor Jesus não o fez com passos de balé.
Jesus não deve ter afinado a voz para chamar os fariseus de hipócritas, nem sorriu amistosamente ao escorraçar os negociantes do templo. Seu último suspiro na Cruz não expressou alegria, alívio ou satisfação. Jesus era normal. Ele sentia dor, se angustiava, suava sangue e a sua temperatura se alterava quando irado. Lembre-se de como o modo como olha ou para Pedro, depois da sua negação tríplice, lhe rasgo a alma de cima a baixo.
A dificuldade para expressar sentimentos, ao falar sobre assuntos mais frios ou quentes, nem sempre demonstra controle emocional, pode, sim, indicar a existência de uma trava emocional. E pra quê controlar suas emoções e esconder de todos o que sente? Você nas é um ator, mas a expressa da verdade, inclusive a seu próprio respeito.
Não existe vejo qualquer para impor ao pregador uma camisa de contenção homiletica. Também não tem sentido usar algemas imposta a por maus habita familiares. Muitos cresceram sob contenção emocional, e sob a imposições de coações sociais. Conheci um professor de homiletica, que ensinava os alunos a se imaginarem dentro de uma bacia, cujo tamanho limitava o movimento de seus bracos e o quanto poderia se mexer em um púlpito.
Você acha que conseguirá sacudir a minha alma, me convencer a mudar hábitos entranhados, enquanto me faz dormir ou dispersar com a sua voz monótona e sua expressão vazia? Fique querendo, meu.
Claro que o exagero existe. Falo das mais recentes criações de modelos oratórios espalhafatosos onde o EFO se expressa com excesso de volume, gestos e movimentações ensaiadas. Pregador não é apresentador de programa de auditório. Púlpito não é lugar para palhaçadas. Este tipo de comportamento provoca desrespeitosa com a Palavra.
Emoção, educação e inteligência não colidem entre si, antes nos levam a agir com naturalidade.