OBRA DE SUPERFÍCIE

Obras de superfície elegem políticos mas não conferem autenticidade de obreiro. Me refiro a grandes movimentos, Mega igrejas, multidões, curas, exorcismos e exposição na mídia. Jogadas de efeito conferem grande visibilidade, impressionam a galera e dão lucro. Obras de fé não aparecem na vitrine, não hierarquizam e não canonizam.

Desde o início, a intangível fé salvadora sofreu oposição diabólica através da doutrina da salvação pelas obras. Este tipo de doutrina foi o alicerce em cima do qual diversas formas de compensações foram construídas.

Abraão, conhecido como pai da fé e de um povo que buscava a salvação pelas obras, não cria na eficácia do esforço próprio. Ele não embarcou nesta furada.

"Que, pois, diremos ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne?" (Romanos 4.1). A resposta não poderia ser mais óbvia.

O mesmo critério é aplicado ao galardão, que premia e bonifica a quem fez hora extra e extravasou, mas não foi movido por impulsos carnais.

Podemos nos envolver tanto com um personagem imaginário, que ações escusas deste mesmo personagem pareçam justificáveis. Coisa do tipo: "Se é para o Reino, tudo vale".

Por mera conveniência, mas de propósito, o senhor deste falso reino chama a si mesmo de "Jesus", mas diferente do original, governa com leis adaptáveis e aceita compensações. 

Neste sistema toda ação, inclusive a mentira, que é de paternidade duvidosa, se justifica, caso promova uma boa causa. No país das maravilhas cada um tem a sua interpretação particular das Escrituras.

Alguns "executivos religiosos" apresentaram o seu currículo para Jesus: "Em teu nome expulsamos demônios, distribuímos bens entre os pobres, etc, etc, etc" (Mateus 7). A lista de feitos era longa, e segundo eles, faria com que a balança pendesse mais para o seu lado bom do que para o lado mau.

A resposta do Mestre foi curta e grossa: Não vos conheço!

O nome de Cristo, se usado com dramaticidade, parecerá uma documentação espiritual capaz de convencer a quem não possui instrumentos de detecção de última geração. 

MENSAGEM VÍDEO

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A verdadeira Cura interior

Colidindo com a Soberba

Bem-aventurados os humildes de espírito, porque dos tais é o Reino de Deus expressão “Bem-aventurado” é uma tradução da palavra grega makarios (μακαριοs) que descreve uma pessoa feliz. Nessa sessão do Sermão do Monte Jesus fornece indicações seguras para quem procura
a felicidade.

Não dá para ser feliz na Terra sem antes fazer parte integrante do Reino de Deus. No Reino de Cristo não se pode entrar sem antes cultivar a virtude da humildade de espírito. Jesus defendeu a tese de que se não nos esvaziarmos de todo tipo de altivez, não podemos pertencer ao Seu Reino, no qual caminharmos para a frente na contramão de nossas próprias tendências.

Não existe preenchimento, sem que primeiramente aconteça um esvaziamento. “Aquele que se humilhar será exaltado, o que se exaltar, será humilhado” (Lc 14.11 e Pv 16.18). Deus não entra em casa ocupada por outro. Não se pode construir algo novo se não tivermos nos despojado
do que é velho. Devemos limpar a casa se quisermos receber a visita do Espírito Santo.

Perguntas orientadoras

1. Qual é a qualidade essencial para se entrar no Reino de Deus? Explique.

2. Como saber se uma pessoa foi conquistada pelo Reino de Deus?

No reino de Deus o trânsito tem mão inversa da usual. Neste nosso lado da vida, se quisermos conquistar posições, precisamos dar a entender que temos uma imagem elevada de nós mesmos.
Do ponto de vista humano, a conquista de alguma posição em nossa sociedade será efetiva se nos apresentarmos como imprescindíveis, seguros, capazes e autoconfiantes. É preciso mostrar-se
forte, seguro, vital e indispensável.

Descer para subir

Segundo a ótica divina sua ascensão depende da sua queda. Na Bíblia a humildade parece ser a maior das virtudes. Geralmente os grandes pensadores são humildes. Aqueles que não conseguem desenvolver argumentos suficientemente fortes para defender suas idéias, procuram
parecer convincentes, repetindo chavões, parecendo muito espirituais, alegando ter visões e revelações e fazem isso com muita ostentação (Cl 2.18).

Muitas pessoas não têm coragem de argumentar contra “revelações”, por achar que Deus os castigará. O apóstolo Paulo foi constrangido a não se engrandecer com a grandeza das revelações. O agente deste constrangimento foi um estranho espinho encravado na sua carne de tal maneira que fez com que sentisse que não estava lá com esta bola toda (2Co 12).

Sócrates passou grande parte de sua vida conversando com os homens na praça, tentando convencê-los de que não eram tão sábios Colidindo com a Soberba quanto pensavam. Quando finalmente alguém admitia sua falta de sabedoria, convencia-o de que esta admissão era sua atitude mais sábia e, agora, poderia entrar no caminho do conhecimento.

Retirado do livro Rota de Colisão de Ubirajara Crespo

Publicado pela Editora Naós - www.editoranaos.com.br/loja