A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A fé atolada no existencialismo religioso

O existencialismo é um ninho que chocou algumas das tendências religiosas mais desprezíveis. O destaque vai o universalismo. Seu deus não é justo, mas suficientemente amoroso para criar brechas na lei, que expliquem a impunidade do pecado. Chega ao ponto de dar mais amplitude para a idéia de conversão. Na sua conotação mais light, nem sempre há lugar para arrependimento, mudanca de vida e abandono do pecado. No final todo mundo, por pior que seja, será salvo. O Céu que oferecem é construído por nós e não por Deus. Se sou o arquiteto e o construtor da minha morada eterna, posso fazer uma planta capaz de se adaptar as minhas próprias vontades. O Céu é meu e não de Deus e eu é que decido se quero ele morando comigo ou não. 

Neste escopo doutrinário a justiça e o amor de Deus podem ser visará como realidades irreconciliáveis. O amor corrige, mas não pune, enquanto a justiça corrige, mas não condena. Por este motivo, não encontraram lugar para o inferno, e transformaram o Céu em um lugar de impunidades. A Justiça Eterna não é vista como uma qualidade, mas como um desvio. 

Recentemente o Papa Francisco, contrariando a soteriologia Católica, declarou que basta permanecer fiél ao seu credo religioso, seja ele qual for, para garantir sua morada eterna. Isto parece incluir as alas mais radicais do islamismo e não com uma convocação para uma mudança de vida. Esta filosofia religiosa cresceu entre aqueles que procuram uma fé cravejada de jurisprudências e relativismos morais. 

Satanistas, bruxos, oculistas e demais adeptos de religiões de mistério serao salvos por sua fidelidade ao que suas entidades pedem, inclusive a prática do sacrifício humano. Neste cristianismo filosófico, o ateu só precisa ser fiel a sua crença não religiosa, para ser salvo.

Uma das doutrinas mais marcantes da chamada Teologia Alemã encabeçada por Kirkegard é o sentido conotativo das palavras, ou seja uma reinterpretação do significado de expressões como redenção, céu, inferno, etc. Alguns componentes deste ambiente teológico, conseguiram matar Deus e incluíram em seu arcabouço doutrinário a "Doutrina do Deus Morto". Em outras palacras: a vida, segundo eles, foi criada por um Deus que já morreu. Sem dúvida alguma este tipo de Deus merece ser escrito com letras minúsculas. 

Não há lugar fixo na Teologia Contemporânea, para uma linha divisória bem definida, que separe o mal do bem, as trevas da luz, o certo do errado e o aceitável do inaceitável. Esta linha pode ser empurrada mais para lá ou para cá, dependendo ao sabor das nossas preferências pessoais e de nossas conveniências. 

Segundo esta mesma escola, não é no dicionário que devemos buscar o significado de termos classificados como amplos, mas na sua própria mente, emoção e tendências e gostos pessoais. Sua teologia é multicolorida, multiforme e possui muitas caras. 

Quem se contenta com ouvir o discurso final não leu os compêndios teológicos dos teólogos que originaram o sistema, nem conhecem o subjetivismo das suas interpretações pessoais. Para tornar a relativização teológica mais light ainda, montaram um esquema hermenêutico que os ajuda a decidir quais porções das Escrituras é palavra de Deus ou não. 

Estes teólogos crêem que a Bíblia apenas contém a Palavra de Deus. Quais porções contém e quais não as contém, fica por conta de cada um. Sartre e Pascal são defensores da hermenêutica sem regra. A Teologia liberal criou uma colcha de retalhos doutrinária muito extensa e cavaram um buraco onde cabe qualquer coisa. 

Todos aqueles que se cairam neste buraco concordam até com as sua discordâncias, excetuando apenas, a interpretação mais tradicional, que entende haver apenas uma única verdade. O sentido conotativo engoliu a verdade absoluta e construiu o relativismo. 

O seu Deus é deste século e não do século vindouro e foi criado segundo a imagem e semelhança de cada um. São eles que enviarão milhões de pessoas para o inferno, e não Deus. Neste buraco, a oração errada é aquela que não foi feita. Inclua aqui até mesmo a oração na qual pedimos a destruição de nossos inimigos e a intervenção divina em benefício de nossas maracutaias. 

Para nós, o cristianismo bíblico é o único que existe e todas as demais criações religiosas humanas estão fora da linha de salvação. O Céu e o inferno são destinos que decidimos tomar ou não. A perdição e os demais desastres pessoais são frutos de nossas escolhas. Respiramos a poluição que nós mesmos Construímos.

Somos livres para escolher, mas não conseguiremos nos livrar das causas e efeitos, da gravidade e das consequências do exercício de um livre arbítrio sem lei.  

Ubirajara Crespo 

terça-feira, 18 de julho de 2017

Pascal e seu existencialismo Agostiniano

Tendo visto essas coisas, podemos definir a grandeza do homem como a consciência de sua miséria, é isso que o faz diferente dos animais. O homem insensato para Pascal é aquele que ainda não teve ainda a consciência de sua miséria, e busca no divertimento, ou na imaginação uma fuga de seus problemas, ficando dessa forma, alheio de sua real condição e tenta viver uma falsa felicidade que no final das contas verá que não passa de mera fascinação com aquilo que não o deveria preocupar tanto, que é essa vida terrena. O homem deve portanto através do pensamento atingir a consciência de sua miséria, e só assim ele poderá ser feliz e viver bem.

Essa vida só tem sentido, quando aquilo que se faz, é feito por amor a Deus e a ninguém mais. Pascal, afirma que o homem precisa de Deus, e só pode fazer as coisas que ele faz se Deus o estiver agraciando. O homem é, portanto, um ser que ao mesmo tempo tem uma diferença singular dos outros animais, pois é o único que pode ter a consciência daquilo que ele realmente é, tornando-se assim grande, e não passa também de um ser que em vários aspectos se assemelha aos animais, pois ele é perecível por causa da sua desobediência. O homem devido a sua antiga natureza torna-se insatisfeito e busca preencher essa falta de várias formas, e geralmente em coisas vãs. A única solução para o ser humano, segundo Pascal é refugiar-se em Deus. Vemos aqui uma forte influência do pensamento agostiniano, que afirma que o homem deve se refugiar em Deus. Fonte de vida e esperança; segundo Pascal, o homem só busca a Deus porque ele ainda não o encontrou, e é isso que dá sentido a vida do homem, essa busca pelo infinito onde realmente somos o que somos.
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Alguns teólogos influenciados por um existencialismo mais puro formaram uma teologia mais apimentada e afastada das Escrituras. Já tenho falado sobre eles por aqui.

UbiraCrespo

Os descaminhos da Teologia Contemporânea

➡ Não posso afirmar com precisão o motivo pelo qual os teólogos contemporâneos escondem o que pensam atrás de expressões escritas em um livro que não acreditam ser a Palavra de Deus, a Bíblia.
Falo de expressões como Céu, Inferno, Redenção, Salvação e Revelação.
Os teólogos mais ortodoxos, entre os quais me incluo, entendem que suas mensagens são recheadas de conotações novas escondidas atrás de palavras velhas. Segundo os ortodoxos, eles fazem isso porque seu auditório é constituído por pessoas, que possuem uma visão mais ortodoxa. Se o povo, ao qual tentam guiar através de seus descaminhos, soubessem exatamente qual é o significado de suas palavras, os rejeitaria e assim perderiam seus empregos. Acho extremista é dura demais esta opinião, pois equivale a dizer, que esta tática de convencimento é atribuídas pela Bíblia, ao próprio Diabo. Um ser, que segundo os teólogos modernos foi criado pelo imaginário popular, para explicar a existência do mal.
Sua teologia é fortemente influenciada por filósofos existencialistas e pelo gnosticismo, todos infiltrados em grupos religiosos condescendentes durante um período de enfraquecimento da Reforma na Europa.
Estes teólogos se caracterizam por tecerem definições abstratas a respeito das contundentes declarações bíblicas sobre pecado, revelação, inspiração das Escrituras e da Salvação Eterna. Uma pessoa, cujos ouvidos não foram treinados adequadamente, não percebe as profundas diferenças existentes entre uma pregação mais ortodoxa e uma pregação recheada de liberalidades.
Confesso, que criei uma pulga atrás de minhas orelhas, por também ter demorado a entender estas profundas diferenças de significados, quando fui enganado por este tipo de gente. Percebo, porém, que há entre eles, os que ainda não atinaram com o fato de que estão enganando o povo. Acham que nos estão conduzindo para uma percepção mais larga e racional, onde não há sérias divergências éticas entre a verdade e a mentira.
Meu coração se constrange ao ver pessoas tão inteligentes e portadoras de potenciais capazes de reconduzir o cristianismo de volta às suas origens, caindo, elas mesmas, em tamanho engodo. Preferiram adotar a condição de guias cegos, que encaminham seus auditórios para uma salvação que não se sabe do que, para um destino igualmente incerto e mal definido.
É realmente uma pena ver alguém abandonar a sabedoria das Escrituras para adotar a sua sabedoria própria incapaz de conter uma compreensão exata do Deus infinito. Ao qual em parte conhecemos e sobre o qual em parte profetizamos, como Paulo diz em 1Co 13.
Deus é grande demais para caber em uma mente humana, mas não para caber na mente dele mesmo, cujo tamanho equivale a sua grandeza. Só ele sabe definir a si mesmo e se revelar. As definições que ele Deu sobre si nas Escrituras são do mesmo tamanho da nossa cabeça, mas são as únicas definições confiáveis. O resto cabe dentro de um grande depósito de lixo não reciclável e nada aproveitável.

UbiraCrespo