Confesso que me sinto extremamente indignado contra mim mesmo, pois não consigo cultivar o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fl 2:5-10).
Jesus não exibiu suas divisas, patentes e comendas, nem exigiu tapetes vermelhos, batedores, luzes. câmeras ou honrarias. Nosso Rabi jamais subiu em palcos iluminados onde bandas e efeitos eletrônicos constroem um clima para a entrada triunfal para o astro maior.
Ao entrar em alguma cidade, não chegava em cortejos e carruagens, não exigia um hotel de luxo para passar a noite, nem travesseiro para recostar sua cabeça.
Não era precedido por serviços de telemarketing oferecendo a honra de ter a sua presença na Igreja mediante um cachê elevado. Não oferecemos canjas.
O Mestre preferiu se esvaziar de si mesmo e se humilhar a ponto de viver como uma pessoa comum. Não contente com tamanha humilhação, viveu como um escravo e morreu como um bandido.
Reino? Ele os tinha tanto na Terra como no Céu.
Cidade? Jerusalém era sua por direito de herança.
Poderes? Possuía a capacidade de abalar o mundo com apenas o estalar de seus dedos.
Procedência? Isto ele não tinha, pois tudo procedeu dele, foi criado por ele e para ele. Tinha o Céu e a Terra nas suas mãos.
Pelo que ele lutou então? Pelos nossos direitos e não pelos seus. Murchou e se apagou só para fazer a cana voltar a dar caldo e o pavio voltar iluminar e não apenas esfumaçar (Is 42).
Quem sou eu para reivindicar? Quem sou eu para receber honra?
Não passo de um verme metido a besta, que nem se importa com os famintos de Biafra.
Tenho mais é que sofrer o dano (1Co 6:7), arrancar o meu coração, andar pelos lugares mais infectados do planeta e se conseguir fazer isto, não passarei de um servo inútil e sem valor, que não criou nada novo, apenas repetiu o que o Senhor já fêz por mim. Os apóstolos que mostrem os seus pés sangrentos e outras marcas de Jesus em seus corpos, o que não inclui palacetes em Bocca Ratom.
Se eu crer, ele prometeu que serei capaz de fazer as mesmas obras que ele fêz em si mesmo e ainda maiores poderei fazer. Mas sou eu quem precisa fazer.
Nada pode ser mais sublime do que ser como meu Mestre.
1Pd 2:21-24: Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados.
De quem devo cobrar estas atitudes? De mim, somente de mim e mais ninguém.
Ubirajara Crespo