1Ts 5.21,22: "...julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal".
Nos últimos dias será mais difícil perceber a diferença entre o bem e o mal. Sem esta percepção será difícil saber se a roda é de escarnecedores ou não e poderemos perder a bem-aventurança prometida.
"Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Salmo 1.1).
A linha entre o bem e o mal se tornará tênue, imperceptível e multiforme, mas preservará a essência.
Como Rei dos Disfarces, o diabo e seus agentes tomarão o formato necessário para conquistar o seu público. Será capaz de desfilar com vestes apostólicas e/ou angelicais.
"... falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2Coríntios 11.13,14).
Será grotesco para quem gosta e sedutor para quem se delicia com o pecado. Parecerá humilde para quem odeia gente metida, bruxo para os esotéricos, pastor para os cristãos e rabino para os judeus. Tudo ao gosto do freguês e adaptável como uma sombra.
Será capaz de realizar truques e metamorfoses espetaculares, só para enganar você. Admite e incentiva conversões, desde que as multidões o promovam.
A Bíblia previne que o inimigo se infiltrará até entre os escolhidos. Sua natureza híbrida dificultará o julgamento e a escolha do bem. "... porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24.24).
Nas comunidades dominadas por traficantes, crimes hediondos são minimizados pela distribuição de cestas básicas. Na igreja o enriquecimento ilícito é espiritualizado pela capa da "prosperidade" e justificada com os resultados. Quase um rouba mas faz.
As trevas e a Luz estão cada vez mais parecidas.
O significado da palavra julgar precisa é exercer o discernimento. É certo que somente Deus pode dar o veredicto, mas nos ordena a abrir bem os olhos para reter o que é bom.
O Corpo foi presenteado pelo Espírito Santo com pessoas capazes de exercer o dom do discernimento. Eles encontram na Palavra os critérios para julgar e as reações a serem tomadas.
Perdoe, ampare e suporte quando há arrependimento, mas "não se associe com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador" (1Coríntios 5.11).
A Bíblia autoriza a Igreja a decidir como tratar o ferido, disciplinar o pecador e, em casos extremos, classificar alguém como publicano e pecador (Mateus 18.15-17).
Para reter o que é bom, se faz necessário julgar, mas quem bate o martelo final é Jesus. Somente o Cordeiro que foi morto sará o Leão que decidirá o destino eterno do pecador. Neste trono somente Jesus pode se assentar.
Ubirajara Crespo