Amados. Hoje me senti encurralado durante minha devocional.
Veja o motivo:
Lc 6.37,38: Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.
Jesus mostra um passaporte capaz de abrir fronteiras relacionais. Ele nos convoca para um amplo geral e praticamente irrestrito desarmamento em nossos relacionamentos interpessoais. O desarmamento é praticamente irrestrito porque a verdade deve sempre ser dita, desde que o façamos em amor, pois segundo Paulo, o apóstolo, "o amor tudo vê".
Antes de continuar esta conversa, preciso dfar um a viso: Cuidado!!! Estamos pisando em solo minado, no qual, como em nenhum outro, vale a máxima que diz: - Colhemos o que plantamos.
Geralmente usamos, em nossos julgamentos do alheio, um peso diferente do que usamos conosco. Nossas medidas tendem a extremos quando comparamos os seus erros do outro com os nossos acertos ou os seus acertos com os nossos erros. Talvez haja um empate numérico entre os que se avaliam para mais ou para menos. A Bíblia nos exorta a não pensar a nosso respeito mais do que convém, mas não diz que, para alcançar esta elevação, devemos pensar menos do que convém.
Isto seria invocar um problema de autoimagem.
Jesus ensinou uma infalível técnica que nos ajuda a manter o equilíbrio neste fio esticado entre os abismos da soberba e da inferioridade: "Amar ao próximo como a nós mesmos".
Será que posso colocar o meu próximo na mesma balança na qual eu me peso?
Esta balança é viciada, acusa um peso determinado pelos meus preconceitos. Quando uso este tipo de balança estou, na realidade, julgando a mim mesmo, pois não consigo evitar comparações. Confesso a ti, Jesus, o uso, em medida inaceitável, de padrões unilaterais, isto é, os meus.
Olho para o outro com óculos multifocais. Dependento da figura, uso a lente de aumento, ou a que diminue. Olho de perto, de longe e à meia distância. Sou membro da raça humana, mas não tenho o direito de usar isto como justificativa. Nossa tendência é olhar para os outros de um jeito desproporecional ao que olhamos a nós mesmos. Quem não sabe se amar na medida certa, distorce a sua visão do próximo, às vezes para mais, às vezes para menos.
O resultado será sempre o mesmo. Os outros utilizarão comigo, os mesmos critérios que uso para medí-los. Jesus disse que, para isto, usarão fórmulas matemáticas exatas.
"...perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também".
Ubirajara Crespo