A Igreja deve se
apresentar à sua cidade de corpo inteiro e não apenas aos pedaços. Parece-me,
no entanto, que não tem sido este o nosso comportamento durante os últimos
séculos. Temos vivido uma diversidade denominacional que nem sempre consegue
transmitir a visão de um corpo formado. Ver por partes é próprio de um certo
extirpador chamado Jack ou de alguma rede de lojas de doces. A Bíblia nunca
dividiu o Corpo de Cristo, que costuma fazer isto é o Diabo.
Esta prática cirúrgica extirpante não vem do alto, antes é humana, animal
e demoníaca (Tiago 3.15). Interessante ver como os escritores
bíblicos reconheciam apenas uma Igreja por cidade. "Paulo, Silvano e
Timóteo, à Igreja dos Tessalonicenses" (1Ts.1.1). "Todos
os santos que estão em Filipos" (Fl.1.1). "Aos santos
que estão em Éfeso" (Ef.1.1). "À Igreja de Deus que está
em Corinto" (1Co.1.2).
Temos muito que agradecer à Reforma encabeçada por tantos homens de Deus
que prestaram um serviço a Deus que somente a eternidade poderá revelar. Apesar
de toda esta gratidão devemos reconhecer que a Reforma não atingiu profundamente
esta questão da unidade do Corpo.
O movimento reformista se desencadeou em um mundo onde os meios de
comunicação eram precários e foi encabeçado por líderes fortíssimos, homens de
coragem e fé. Não havia muitas possibilidades de se assentarem à mesa para
discutirem qual seria o melhor formato para aquele mover e se viram obrigados a
pensarem em termos mais regionais e este regionalismo deu origem às
denominações.
Na Alemanha, tivemos a iniciativa de Lutero, em Genebra Calvino resolveu
levantar sua bandeira e na poderosa Inglaterra o anglicanismo tomou forma.
Outros reformadores se levantaram e
desenvolveram seus métodos e seus credos. Foi um momento de grande
efervescência espiritual.
Hoje as possibilidades de comunicação entre nós são imensas e neste sentido não as barreiras caíram quase todas. Se for assim, o que nos impede de nos assentar à mesma mesa para comer do mesmo pão e repartir vidas, possibilidades, dons, talentos espaço e estratégias?
Existe algo que nos distancia ainda mais do que os regionalismos, a
ausência de todas aquelas parafernálias tecnológicas da área das comunicações.
São os preconceitos, a arrogância e o orgulho. Não tem unidade que resista a
toda esta herança histórica.
Há até quem deseje encabeçar um mover de unidade em sua cidade, desde que
seja nos seus moldes. Alguns tomam iniciativas nesta área, mas quando se
assentam para decidir como será constituída a liderança, a coisa fica feia. Há
interesses políticos, econômicos, administrativos e pessoais.
Neste sentido o mundo sabe mais, pois diante de toda aquela diversidade
cultural e econômica acabaram unificando toda a Europa. Se concordarmos que por
detrás disto está o Espírito do Anticristo, então a constatação será ainda mais
vergonhosa, pois teremos de concordar que os Filhos do Diabo são mais espertos
do que nós.Até o Diabo sabe que uma casa dividida contra si mesma não
subsistirá. O grande desafio para este século é reconstruir o corpo de Cristo
sem sacrifícios comportamentais ou dos alicerces da fé e da Palavra de Deus, mas
municiados do amor que junta os pedaços.
Ubirajara Crespo
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