A decisão da Convenção Batista Brasileira de ordenar "pastoras mulheres" está causando mal estar e o afastamento entre as Igrejas ligadas à esta convenção. Isto levantou uma lebre muito interessante e eu gostaria de destacar alguns pontos.
Antes, leia o texto bíblico no qual Miriã Luz se baseou.
1 Coríntios: 11. 7. O homem, contudo, não deve cobrir a cabeça, visto que ele é a imagem e a glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem. Porquanto o homem não se originou da mulher, mas sim a mulher do homem; além disso, o homem não foi criado por causa da mulher, mas sim a mulher por causa do homem. Por essa razão e por causa dos anjos, a mulher deve ter sobre a cabeça um sinal de autoridade.
Olhando este texto um pouco mais detidamente, o percebo que ao usar o véu, a mulher avisa a homens, anjos e demônios, que está agindo em submissão ao marido.
Submissão que segue a seguinte ordem hierárquica:
1. Deus é pré e auto existente e não existe autoridade acima dele à qual deva se submeter.
2. O homem veio diretamente de Deus e ministra sob a autoridade de Deus.
3. A mulher veio do homem e ministra sob a autoridade do marido.
4. Os anjos não possuem DNA humano, portanto, portanto, estão submissos diretamente a Deus é não a nós.
Homens e anjos falam sob a autoridade direta de Deus, enquanto a mulher fala debaixo da autoridade do marido.
Como sinal de submissão ao marido e em respeito à autoridade angelical, as mulheres da Igreja primitiva não cortavam o cabelo e usavam o véu durante os cultos.
Mesmo assim, eram ministradoras da Palavra, não em público, mas pelo exemplo e em contatos individuais.
Corrobora com isto o discurso de Pedro, em atos 2, quando disse que tanto homens como mulheres poderiam profetizar, sonhar, ver e por extensão, pastorear, servir, consolar, demonstrar misericórdia, que são dons tão espirituais quanto qualquer outro.
Só precisariam se manter dentro dos limites impostos por esta hierarquia mencionada acima, deixando claro, pelo uso do véu ou de uma outra forma contextualizada, que a sua autoridade era delegada.
Não creio que o mandamento transmitido pelo próprio Paulo, dizendo que devemos instruir uns aos outros, exclui as mulheres (Cl 3.16). O mesmo conceito se estende a mais de 300 mandamentos mútuos espalhados pelo NT.
Quanto ao argumento de que as mulheres deveriam esconder a sua feminilidade debaixo de um véu, visava impedir de serem confundidas com as produzidas sacerdotisas cultuais. O argumento é sazonal, localizado e perfeitamente compreendido, naquela época e naquele local, como um sinal de que as mulheres ocupavam uma posição hierárquica diferente.
Não posso, porém, ser conivente com o costume corporativo/masculino, sim senhor, evolua para o carimbar sinais de inferioridade na testa, para tatuagens em torno de um umbiguinho bonito, ou para o uso de jóias caras, que nem por isto deixam de ser humilhantes.
Posso ouvir um amém?
Ubirajara Crespo