DEUS É AMOR
Satanás se opõe ao desenvolvimento da afetividade, separa e estimula o ódio. Para alcançar seu sinistro objetivo, dispõe de maquinário capaz de cavar abismos e construir barreiras.
No caso de Paulo e os tessalonicenses, a distância, a dificuldade de locomoção e as especulações consequentes da falta de notícias eram parte deste maquinário.
Note que a conta da separação física entre eles foi debitada a satanás: "Por isso, quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho" (1Ts 2.18).
Sua arte enganadora visa separar corações e criar armaduras relacionais, esfriar o amor e fomentar atitudes defensivas. Dispõe ainda de dardos capazes de inflamar a discórdia, a desconfiança e a inveja. O combustível que alimenta o incêndio é uma mistura de intrigas, insinuações, jogo de palavras e complôs imaginários.
Neste caso específico, a pólvora estava molhada, e a arma negou fogo. A distância não foi capaz de diluir a consistência da relação, nem de arredar as ovelhas do lugar que ocupavam no coração do apóstolo. "Ora, nós, irmãos, orfanados, por breve tempo, de vossa presença, não, porém, do coração".
Infelizmente nem sempre os relacionamentos atingidos se encontram em situação tão consolidada e se abalam por pouca coisa. Para os Coríntios Paulo afirmou o seguinte: "Não tendes limites em nós; mas estais limitados em vossos próprios afetos" (2C 6.12).
Talvez seja por isto que proliferou o partidarismo naquele igreja, onde um era de Paulo, outro de Apolo, outro de Cefas e havia até quem fosse de Cristo, o alinhamento dos não alinhados (1Co 3).
O amor agrega e ao lançar fora o medo, elimina a necessidade de blindagem, pois tudo sabe, vê e suporta.
Ubirajara Crespo