Black Blocs afirmam que são financiados por ONGs nacionais e estrangeiras
ÉPOCA passou o fim de semana num campo de treinamento do grupo que adotou o quebra-quebra como forma de manifestação política
REDAÇÃO ÉPOCA COM REPORTAGEM DE LEONEL ROCHA
08/11/2013 21h00
- Atualizado em
08/11/2013 21h36
Em um sítio no interior de São Paulo, pouco mais de 30 pessoas se
reuniram, no fim de semana do Dia dos Finados, para organizar uma nova
onda de protestos contra tudo e contra todos. O local se tornou um
centro de treinamento para uma minoria que adotou o quebra-quebra como
forma de manifestação política e ficou conhecida como Black Bloc.
O repórter Leonel Rocha testemunhou as reuniões e relata na edição de
ÉPOCA desta semana que, ao contrário do que afirmam órgãos de segurança
federais e estaduais, eles não são manifestantes que aparecem nos
protestos "do nada", sem organização. Os Black Blocs têm método,
objetivos, um programa de atuação e, segundo afirmaram, acesso a
financiamento de entidades estrangeiras.
De acordo com Leonardo Morelli, jornalista que coordena a ONG
Defensoria Social, braço visível e oficial que apoia os Black Blocs, a
ONG Instituto St Quasar, ligada a causas ambientais, já repassou, neste
ano, € 100 mil aos cofres da entidade.
Morelli recebeu a reportagem de
ÉPOCA no sítio em São Paulo. Segundo ele, o próprio veículo (uma Kombi)
que levou Leonel Rocha ao local do treinamento, a partir do vão livre do
Museu de Arte de São Paulo (Masp), foi financiado com doação de
entidades nacionais e estrangeiras. Morelli diz que um Jeep Willys
também foi comprado com esse dinheiro. Ele também cita entre seus
doadores organizações como as suíças La Maison des Associations
Socio-Politiques, sediada em Genebra, e Les Idées, entidade ligada ao
deputado verde Jean Rossiaud. Procurados por ÉPOCA, ambas negaram ter
enviado dinheiro. Morelli diz que a Defensoria Social também foi
abastecida pelo Fundo Nacional de Solidariedade, da CNBB. A CNBB negou
os repasses. Morelli ainda relacionou entre seus contatos os padres
católicos Combonianos e a Central Operária Boliviana.