Dt
18:15,16: "O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de
teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás, segundo tudo o que
pediste ao SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando reunido o povo: Não
ouvirei mais a voz do SENHOR, meu Deus, nem mais verei este grande fogo,
para que não morra".
Moises profere uma profecia messiânica, prometendo um profeta que, como ele, atuaria como porta voz de Jeová.
Esta profecia veio de encontro ao pedido do povo para que Deus não mais lhe falasse diretamente, mas por intermédio de alguém, como fazia Moises. A experiência anterior ao pé do monte, não foi das mais agradáveis.
"... Não ouvirei mais a voz do SENHOR, meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra".
Ao escutarem a voz de Jeová, tiveram a impressão de que os seus lábios eram a porta aberta de uma grande fornalha. Sentimento típico de uma pessoa endividada que inadvertidamente esbarra com o seu credor.
- Qual será a explicação que darei desta vez? Pensa ele.
A Palavra de Deus só ganha forma de fornalha para a alma inflamável. O combustível é fornecido por nos e não pelas Palavras que procedem da boca de Deus. A situação aqui descrita se repetiu mais tarde, quando Jesus foi rejeitado pelos seus, que preferiu não se expor a uma luz que revelava o estado de sua alma. Assim amaram mais as trevas do que a luz.
Ao pedirem a Moises por um intermediário, pelo menos reconheceram seu despreparo, mas adiaram descontaminação cultual absorvida no Egito. Sua contaminação foi mostrada ao construírem um bezerro de ouro como objeto da sua devoção.
Ao serem cobrados disseram:
- Moises demorou para voltar do monte e pensamos que ninguém mais nos guiaria até Jeová e construímos um bezerro para nos pastorear. Foi assim que bezerros e outros animais foram promovidos a pastores.
Explicações não pagam dívidas nem perdoam pecados, são placebos que apenas amenizam as dores da nossa consciência. Quem encobre as suas transgressões jamais prosperará. Melhor do que justificar, melhor admitir.
Tem gente demais na fila daqueles que se candidatam ao cargo de profeta. A maioria deles é movida por soberba, dinheiro, aplausos e alucinações. Somos tolerantes demais com este pessoal, talvez porque se apertarmos, eles pulam para outro galho e levam consigo uma quantia razoável de incautos e de ofertas.
Ubirajara Crespo