O PODER TERAPÊUTICO DO ABRAÇO
Se considerarmos o abraço como uma forma universal de obtenção de contato profundo, físico e afetivo, poderemos usá-lo como um dos possíveis instrumentos de terapia. O gesto de alargar os braços é sinal universal de paz e fraternidade; é um gesto ligado à idéia do abrir-se, à sensação de ficar em contato mais íntimo com o próximo e de estar em disponibilidade para acolhê-lo.
Podemos pensar que tinha esse valor porque o primeiro movimento da criança que chora e se dirige à mãe é o de levantar os braços para ser tomado ao colo e, no abraço, têm fim tanto seu protesto quanto seu desespero pela ausência ou afastamento dela. Podemos nos lembrar também de que, abrindo os braços, sentimos uma sensação de liberação, um endireitamento da espinha dorsal, a possibilidade de que a cabeça e olhos se mantenham sustentados e sem tensões, certa expansão da respiração no ventre e no tórax. Se tudo isso ainda vem acompanhado de um contato caloroso, muscular e epidermicamente gratificante, podemos entender como esse gesto é fonte de felicidade e consegue fazer brilhar os olhos.
De Jerome Liss e Meurizio Stupiggia, do livro "A Terapia Biossistêmica"
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