Nossa percepção do erro dos  outros é simplesmente extraordinária. A verdade é que quanto mais falamos das  fraquezas alheias, menos pesadas e graves parecem as nossas falhas. Geralmente  somos mais intransigentes com os erros do outro do que com os nossos.
Não me  lembro de ter falado de meus erros de forma tão específica, convincente e  pública quanto falo sobre os erros alheios. Sem dúvida alguma a fofoca é um  analgésico capaz de aliviar a minha consciência. Biblicamente falando, o uso  deste o remédio pode até provocar um alívio passageiro, mas nos manterá longe de  uma cura definitiva. Quanto maior for a dor e o sentimento de perda, maior será  o nosso investimento na pesquisa do remédio que cura.
A intriga é um vício  que tende a aumentar, fenômeno que ocorre com qualquer outro vício. Uma  picadinha aqui, outra ali, mais uma acolá, e de repente aquilo passa a ser uma  necessidade quase orgânica. Uma forma destrutiva de fugir da realidade que  envolve a destruição da reputação alheia e da minha condição de ser  humano.
Jesus nos ensinou a andar na contramão dos sistemas humanos. Segundo  Ele, ao comparar meus pecados com os dos outros devo cultivar a sensação de que  minhas pálpebras carregam um poste. Fato que provoca uma incrível distorção  visual. 
Esta autopercepção exige concentração, cuidados e esforços extremos  para resolver o meu problema. Afinal, o olho é uma área tão sensível, que um  simples cisco pode levar o motorista a colidir com um poste. Imagine, então, se  durante esta colisão, este mesmo poste entrasse por inteiro no seu olho. O cisco  do outro só precisa de um soprinho, enquanto que o meu poste precisa do  guindaste, do Munk, do Corpo de Bombeiros, do Resgate, da Defesa Civil, do  encanador, da broca, do bisturi e de outras coisas mais. É melhor se for tudo  sem anestesia. Afinal, pecado que não dói não é confessado.
Se eu for capaz  de tratar do meu pecado sob esta perspectiva, posso olhar de forma mais  misericordiosa para o pecado do irmão. Posso e devo olhar, porque a  misericórdia, exige alguma dose de percepção mas isto é matéria ligada a outro  texto bíblico. 
Quero apenas concluir dizendo que já recebi a unção da  multiplicação, da alegria, da cura, do sucesso, do discernimento, da ousadia, da  sobrenaturalidade, entre outras, mas nenhuma delas me ajudou tanto como a UNÇÃO  DA TROMBADA NO POSTE. Troco todas elas por esta.
Ubirajara Crespo

Prezado irmão e companheiro Pr. Bira,
ResponderExcluirGraça e Paz!
Em assim sendo, que venha essa "unção da trombada". Não é popular mas é boa, não é doce mas cura.
Glórias ao Senhor!
Amplexos,
Seu conservo e admirador,
Pr. Carlos Roberto
É meu amigo, a rapadura é doce, mas não é mole.
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