Como você se sente com seus 70 anos? Me perguntaram.
Igual anteontem, quando ainda tinha 69. Mas muito diferente dos meus 23. Estava em um corpo bem melhor, mas ainda procurava um destino, uma estrada, uma esposa, uma família e tinha muitas perguntas.
Bom, algumas daquelad perguntas ainda não consegui responder, mesmo porque eu fazia muitas perguntas erradas. Descobri que em cada fase da vida, as indagações vinham e iam. As que eu precisava responder para chegar onde estou, foram respondidas, mas houve aquelas que eu não deveria responder, se quisesse chegar até aqui. Das outras, nem me lembro.
Corri atrás do que virou pó, investi amor em quem deu a resposta esperada, li livros que não serviram para nada, frequentei ambientes, que não fizeram nenhuma diferença.
Dei muito tiro para o ar e em alguns deles a bala caiu na minha cabeça. Mas também acertei no alvo muitas vezes. Principalmente no dia mais importante da.minha vida, quando me encontrei com Jesus. Não me tornei infalível, mas ganhei uma direção. Cheguei lá, meio que aos traços e barrancos, mas me sinto exatamente naquele lugar onde mirei e não sabia.
Quer aprender quais perguntas são essenciais, quais são secundárias e quais são dispensáveis?
Entendo você e também gostaria de ter sabido a resposta para esta indagação. Hoje eu sei que foi melhor não saber, pois precisava passar por cada uma daquelas situações, para chegar até aqui. Se soubesse, teria evitado todas e nào seria o que sou e nem quero saber.
Espere chegar aos 70 e saberá. Mas só se conseguir se lembrar delas.
Tenha porém um alvo e corra atrás dele, pois quem vai para lugar nenhum, chegará lá.
Ubirajara Crespo
