Se alguém caminhou até ao ponto de tratar a mentira como se fosse verdade, quantos passos ainda faltam para adotar a falsidade como estilo de vida?
Quem chega a este ponto, está muito perto de ser o criador e principal personagem de um elenco imaginário, que interpreta cenas de uma história sem testemunhas oculares e sem documentação oficial.
Este tipo de gente é capaz de viver este personagem com intensidade e de criar cenários como púlpitos, exposições e monitores ou telas de TV, onde dá asas à sua imaginação, segue escripts cuidadosamente elaborados e convence até a si mesmo de que o mundo surreal, que criou, é o seu mundo.
Pouquíssimas pessoas têm acesso ao seu camarim, onde anda mais descuidado e não tem um escript pronto para ser usado em situações inesperadas. O afastamento do grande público é um sintoma de que o que ocorre no púlpito é muito diferente da vida real.
Ubirajara Crespo