At. 8.39: E, quando saíram da água, o Espírito do Senhorarrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho. E Filipe se achou em Azoto e, indo passando, anunciava o evangelho em todas as cidades, até que chegou a Cesaréia.
Para empreender uma viagem instantânea até onde estava o Eunuco, Filipe precisou andar no caminho da obediência. A viagem, em si, não é tão relevante quanto o preço da passagem. Nem sempre é fácil obedecer. Fazer o que Deus quiser, quando quiser e como quiser. Passando pela prova de obediência extrema, Filipe foi premiado com um retorno fácil e rápido, semelhante aos filmes de ficção. A obediência parece ser a grande geradora de milagres.
"Quem tem os meus mandamentos e o guarda, este é o que me ama e me manifestarei a ele (disse Jesus)".
Apesar das dificuldades, a obediência a Palavra abre caminhos para a cura financeira, para a restauração do casamento, para a expansão dos limites da alma e do corpo. Obedecer é melhor do que manter costumes liturgicamente corretos. Estes são mais fáceis de cultivar, mas não há nada que agrade tanto a Deus quanto o cultivo de corretas atitudes.
Muitos utilizam a ocorrência narrada neste texto para defender a viagem astral ou desdobramento espiritual, prática muito difundida entre religiões de mistério, mas que ultimamente ganhou algum espaço entre grupos rotulados como cristãos. Nos seus postulados consta que, o roteiro planejado pelo viajante, ocorre após intensa concentração, quando é invocado um determinado espírito guia, que mais se parece com um agente de viagens.
Filipe não formulou um roteiro turístico, se é que podemos considerar como turismo, uma aparição em um deserto escaldante. Não há sinais de concentração nem de cerimônia invocatória. A viagem de Filipe foi inesperada e a iniciativa foi de Deus e sem desdobramento espiritual, pois Filipe viajou de corpo, alma e espírito.
Filipe não formulou um roteiro turístico, se é que podemos considerar como turismo, uma aparição em um deserto escaldante. Não há sinais de concentração nem de cerimônia invocatória. A viagem de Filipe foi inesperada e a iniciativa foi de Deus e sem desdobramento espiritual, pois Filipe viajou de corpo, alma e espírito.
A viagem astral é chamada de desdobramento, porque a pessoa se encontra em dois lugares ao mesmo tempo: No ponto de partida e no ponto de chegada. No ponto de partida está o corpo, no ponto de chegada está o espírito. O diabo promete viagens empolgantes para quem evolui espiritualmente. Segundo ele o viajante se materializa, atravessa paredes e ultrapassa limites de tempo e espaço. Provavelmente esta viagem não passe de sensações e imagens projetadas por um demônio. Mera ilusão. Uma doutrina tipicamente satanista, e não incentivada na Palavra de Deus.
Setores da igreja, influenciados por esta prática ensinam técnicas de libertação de espíritos humanos. A seu favor posso dizer que pelo menos estão tentando fazer algo, mais nada. Há demônios escondidos por detrás desta sensação. Insistir em exorcizar um espírito humano é lutar contra uma sensação e não contra a sua causa. Não passa de mais uma pista falsa criada pelo diabo.
Não há base bíblica segura para catalogar posturas exorcistas específicas para cada tipo de agente luciferiano tipo: Exú se expulsa assim, pomba gira deste outro modo e iemanjá, de outra forma.
Práticas exorcistas foram construídas em torno de informações infiltradas por demônios cujo objetivo é nos levar a perder o foco. Estas informações proliferam em meio a soberba de quem se acha capaz de conhecer a profundidade de satanás, sem sair queimado.
A ilusão montada durante uma viagem astral e da possessão humana é criada e estimulada por um demônio. Ele é o inimigo que deve sair de cena e não um suposto ser humano que tenta se apossar da mente de um semelhante. A nossa batalha continua sendo espiritual e não apenas contra estímulos carnais e sanguíneos, a menos que sejam de procedência maligna, como é o caso da viagem astral (Ef 6.10-13).
Esta é mais uma construção mental a ser desmontada por mentes cativadas por Cristo (2Co 4). Fortalezas mentais são construídas com argumentos, esquivas e justificativas capazes de nos desviar de um compromisso com Cristo. Estas esquivas nos transformam em presas fáceis para influência satânicas. Não existe neutralidade em uma batalha espiritual. É treva ou luz! Deus ou o diabo! Um ato exorcista não liberta definitivamente.
O processo libertador precisa caminhar mais adiante e mais profundamente pois se tornará inútil se a mente não for cativada por Jesus. Soluções definitivas são somente para quem se submete completamente a Cristo e não para quem grita: SAAAIII!!! Isto é fácil demais.
Fale menos ao demônio e mais ao coração do endemoninhado.
A viagem de Filipe foi de natureza espiritual, mas livre de influências demoníacas. Conquistou este feito porque se deixou cativar totalmente por Cristo. Lembre-se sempre de que obedecer é melhor do que sacrificar.
Ubirajara Crespo