Provérbios 29.18: "Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é feliz".
Ficou claro, neste texto, o que Salomão considerava o objetivo do ministério profético. O profeta incentivava o povo a obedecer aquilo que na época era considerado como Palavra de Deus: Os escritos de Moisés.
Toda poesia hebraica contida nos Salmos e em Provérbios, por exemplo, exaltam e incentivam a leitura desta porção das Escrituras e prometem bem aventuranças para quem medita nela de dia e de noite. A Palavra de Deus, quando assimilada, fornece iluminação interior para escolhas mais seguras. Salmo 119.105: "Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra".
Os livros históricos classificam os reis de duas formas: Os que fizeram o que era bom e os rotulados como quem fez o que era mau. Esta classificação dependia do seu nível de comprometimento com a Palavra.
Nos livros proféticos ouve-se repetidamente que a desobediência à lei de Deus acarretaria terríveis consequências. Entre estas vozes de advertência estava a de Ageu, incentivando a reconstrução do Templo segundo o modelo prescrito por Moisés. Ageu era contemporâneo de Esdras e Neemias e profetizava durante um tempo de reconstrução nacional. Sua função era restaurar as prioridades corretas, que deveria ser buscar o Reino de Deus em primeiro lugar.
Ageu 1.3: "Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas?".
Mesmo quando previam o futuro, os profetas tinham como objetivo incentivar a obediência a Palavra. As previsões funcionavam apenas como um incentivo para quem precisa desta bengala para andar na lei. Árvores maduras sabem se posicionar próximas às àguas e dão o seu fruto no tempo certo.
Jeremias, Ezequiel e Isaias, entre outros, jamais reduziram o seu ministério a uma mera leitura informativa a respeito do futuro. Suas palavras apontavam diretamente para o coração de seus ouvintes.
Como saber se a procedência de uma profecia é boa? Quando visa produzir obediência a Deus. Profecia pela profecia sai da boca de qualquer "pai de santo gospel", de terreiros de macumba e de jogadores de búzios espalhados pelas calçadas.
Talvez seja por isto que Jesus, respondendo aos que lhe pediam uma prova de sua divindade, disse que o sinal não seria do tipo que pediam. Ele não veio montar um circo, mas sim uma Igreja. Sinal só pelo sinal até o diabo faz.
A lei visava conduzir as pessoas a Cristo e não salvá-las. Paulo, o apóstolo afirmou veementemente que "pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé" (Gálatas 3.15). Jesus, porém, declarou que não veio para revogar a lei, mas para mostrar a sua correta interpretação e a cumprir. A lei não salva, mas oferece um alto padrão de conduta que só pode ser obedecido por quem nasceu de novo. Quem acha que pode se salvar através da obediência a lei constituiu a si mesmo como seu salvador.
Vivemos em um mundo onde as pessoas tentam encontrar fórmulas de burlar a lei. Alguns advogados de defesa usam mais as jurisprudências do que a lei, criando um verdadeiro caos hermenêutico (interpretação da lei). O diabo, como bom político, promove este caos porque é em meio a ele que consegue governar. Um sistema desorganizado é facilmente invadido e adulterado, pois a fiscalização e o monitoramento são precários. Neste ambiente é difícil juntar provas e fácil encobrí-las.
Deus propôs o "sim, sim e o não não", ou seja, uma clara divisão entre o que é certo e o que é errado. Isto não convém ao inimigo das nossas almas, que manipula as leis, interpretando-as de diversas maneiras. A grande proposta satânica é a esperança de impunidade, por isto, ele nos convence a fazer o que der na telha.
Na sua conversa com Adão e Eva, a serpente supervalorizou as possibilidades e minimizou as consequências da desobediência. Ele já tentou fazer isto com você?
Ubirajara Crespo