Onde está o perfeito louvor?
Na técnica mais apurada?
No ritmo?
Na qualidade do som?
Na voz dos cantores?
Nos efeitos visuais?
Ou no coração do adorador?
Mesmo o louvor congregacional é muito individual e pode ser mais afetado pelo relacionamento de cada um dos participantes com Deus, do que pela postura litúrgica ou pela marca confessional do grupo. O louvor não é afetado em absolutamente nada, pela cor denominacional implantada na testa do prédio onde ele acontece.
Um grupo, que até pouco tempo atrás recebeu o carimbo de seita, tem se destacado pela qualidade de suas músicas. Eu, particularmente, me sinto muito inspirado a adorar ao ouvir algumas de suas músicas, embora concorde com a conceituacão dos sabatistas como seita.
Compromisso, seja de cunho espiritual, filosófico ou institucional tendem a gerar aprimoramento na qualidade do trabalho ao qual nos dedicamos. Quem ama ao Senhor, ou a visão, que o seu grupo representa, procura fazer o melhor para a imagem que ela representa. O amor pela arte, pelo dinheiro ou pela fama, que ela trás pede aprimoramento. A paixão pela instituição religiosa, nos leva a vestir a sua camisa e a buscar meios, que se aproximem da perfeição, colocando na tela um tipo de comportamento, que transmita uma imagem boa daquilo, represento.
Acreditar na verdade é anunciá-la de forma desleixada, indica ausência de compromisso. Pregar de qualquer jeito, cantar sem ensaiar direito, sem procurar a postura correta, sem procurar desenvolver técnicas homileticas, gesticulacao mais adequada e sem se aprofundar no assunto, são indicativos de desleixo.
Entendo, porém, que os adventistas, como corporação religiosa, no quesito do conteúdo doutrinário, têm pouca coisa a mais a oferecer do que uma mudança de cardápio e de calendário. Este comentário é dirigido a sua corporação religiosa e não aos indivíduos ligados à ela. Não vejo como estas práticas não me tornariam mais amoroso, mais consagrado e mais comprometido com Cristo, atitudes que constituem os meus maiores anelos.
Tito 3.9. Mas evita questões tolas, genealogias, contendas e debates acerca da lei; porque são coisas inúteis e vãs.
Colossenses 2 - 16. Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, 20. Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, 21. tais como: não toques, não proves, não manuseies 23. As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne.
Um parêntese: Esforço e dedicação, embora indicativos de consagração, não são sinais de infalibilidade. Alguns grupos são extremamente dedicados à suas causas, e igualmente dedicados a desenvolverem técnicas apuradas para divulgá-las e a ponto de matarem e morrerem por elas. No entanto pregam o ódio, o desafeto, a revolução clássica e o procuram instalar o medo e o caos social.
Se escolhi um grupo de cristãos para frequentar, foi por acreditar, que a mensagem ali anunciada é correta e merecem ser divulgada, ouvida e obedecida. Amo minha Igreja Local, onde sou incentivado a me envolver, cada vez mais profundamente, com o meu Senhor e com a sua Palavra. O nome dele é Jesus Cristo. No entanto, o meu compromisso com a minha comunidade, não é maior do que o meu compromisso com Jesus. Não a ponto de me cegar, de embotar o discernimento adquirido durante exaustivos estudos da Palavra de Deus.
A cegueira e o desvio sutil da perspectiva bíblica me levaria a crer, que tudo o que for produzido pela minha comunidade é perfeito. É a este tipo de perspectiva que chamamos de religiosidade corporativa ou institucional e não de fé pessoal. Logo, as música cantadas na minha comunidade, não receberão o rótulo de "perfeito louvor", só por acontecerem nas dependências de um grupo religioso com a qual simpatizo e escolhi para ser a minha Igreja.
Concordo com Lutero, que defendia a tese da fé pessoal e não corporativa.
Ubirajara Crespo
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