A Nova Direção proposta aqui é uma retomada de rumos já tomados pela Igreja. resgatar valores antigos, mas sem perder o contato com a realidade atual. A mensagem de Jesus continuará relevante, mesmo que seque a erva e murche a flor.
Tudo o que vem dele, é permanente.
O amor de Cristo por nós, sua Palavra, suas promessas e sua posição única no topo do universo, continuam sendo as mesmas, aconteça o que acontecer na base. Se for preciso, vamos mudar o rumo e voltar atrás, para bem longe da cauda.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Igreja em bairro hispânico de Phoenix perdeu um terço dos fiéis

Saúl Montiel/foto: Alessandra Corrêa

Saúl diz que pretende desobedecer a nova lei de imigração

Nas últimas semanas o pastor Saúl Montiel, responsável por uma igreja metodista no oeste de Phoenix, área que concentra grande parte da população hispânica na capital do Arizona, viu a frequência em seus sermões cair em um terço.
"Estamos perdendo muitos membros", diz Montiel, que comanda a Epworth United Methodist Church, uma igreja metodista que atrai fiéis americanos e hispânicos com cultos em inglês e em espanhol e atividades para a comunidade, como aulas de inglês e esportes.

Segundo o pastor, o motivo do sumiço dos fiéis é a lei SB 1070, que torna crime estadual a presença de imigrantes ilegais e dá à polícia o poder de exigir documentos de qualquer um sobre quem paire "suspeita razoável".
Montiel diz que, como a maioria dos frequentadores da igreja está ilegalmente nos Estados Unidos, eles têm medo de ser abordados pela polícia, o que poderia levar à prisão e à deportação, e estão evitando sair de casa.
"As pessoas estão em pânico, não sabem o que vai acontecer. É o mesmo sentimento em todos os lugares aqui em Phoenix", diz o pastor.
Ele afirma também que muitos dos membros da comunidade já deixaram o Arizona, ou estão planejando partir assim que a lei entrar em vigor, no fim de julho.
"Há um êxodo em curso no Arizona", diz Montiel, de 40 anos, 28 deles nos Estados Unidos, país ao qual chegou ainda criança, vindo com a família do Estado mexicano de Sonora, e onde hoje vive legalmente.

Desobediência

De acordo com Montiel, nos cultos em inglês, acompanhados em sua maioria por americanos de terceira idade que vivem nas redondezas, a frequência permanece inalterada, em torno de cem fiéis por domingo.
As atividades em espanhol, porém, têm reunido apenas em torno de 50 pessoas, um terço a menos que antes da assinatura da lei, em abril.

Eu não vou cumprir essa lei, mesmo que seja preso.
Saúl Montiel, pastor

"Mantenho contato com outras igrejas da região e é exatamente a mesma situação", afirma. "Só o que (os fiéis) querem falar é sobre a SB 1070. Todos os domingos querem que eu faça o sermão sobre isso."
O pastor descreve a zona oeste de Phoenix como "o marco zero da questão da imigração" e diz que 90% dos seus fiéis não têm documentos regularizados.
Como a nova lei de imigração também pune qualquer um que ajudar ou der abrigo a um imigrante ilegal, Montiel afirma que ele e outros pastores da região estão temerosos com relação ao efeito da medida em suas paróquias.

"As igrejas estão preocupadas com a lei, porque nós não poderemos ajudar ou dar abrigo a ninguém em situação ilegal, ou ficaremos sujeitos a consequências legais", diz. "Se alguém sem documentos legais vier a esta Igreja em busca de ajuda, isso vai ser ilegal."
Com quase a totalidade de seus fiéis hispânicos nessa condição, Montiel diz que só lhe resta desobedecer a nova lei.

"Eu não vou cumprir essa lei, mesmo que seja preso", afirma.

Plano B

Montiel diz que sua igreja vem orientando os membros sobre o que fazer caso sejam presos em decorrência da nova lei.
Segundo o pastor, foi criada também uma corrente de apoio para garantir que, caso um casal seja preso ao mesmo tempo, algum membro da Igreja seja chamado para tomar conta das crianças.

"Temos muitos membros da Igreja que vivem aqui há mais de 15 anos, mas, infelizmente, são indocumentados. Eles têm propriedades aqui, têm filhos que são cidadãos americanos. Têm toda a vida aqui. É muito difícil para eles simplesmente ir embora e deixar mulher, marido, filhos", diz.
"Eles precisam ter um plano B caso sejam presos."

Fonte - Alessandra Corrêa

6 comentários:

  1. Pastor, esta é um assunto que suscita discussão, pois estamos caminhando cada vez mais para uma direção perigosa: a do Estado influenciar e decidir, pelo cidadão, como deve ser seu proceder de fóro íntimo. Já vemos hoje em dia essa ação se manifestar através da restrição ao fumo em ambientes coletivos, justificado como forma de prevenção da Saúde Pública. Daqui a pouco será qualquer situação que concorra para uma situação insurgente, ainda que esta seja de natureza democrática (a insatisfação do cidadão face a imperícia das autoridades constituídas em resolver seus problemas básicos, por exemplo). Certamente devemos nossa submissão (bem adequada, claro) aos nossos líderes civis e a legislação vigente, desde que não entre em desagravo com nossa noção de seguração, cidadania e individualidade - o que inclui o livre direito de ir e vir, o acesso à educação e moradia, bem como a manifestação livre de cultura e credo, sem interferências. Vale à igreja, como força de influência, levantar um debate a respeito.

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  2. Bem lembrado Anderson!

    Creio que este controle por parte do estado, à esta altura, é irreversível, principalmente se optarmos por escolher a continuidade do atual regime socialista, que incha a máquina adminisrativa e impõe impostos para manter uma máquina cada vez mais cara e ineficiente.
    O mundo, e até mesmo a igreja, estão sendo preparados para o totalitarismo, onde a ética é determinada por legislativos (no caso do governo) e profetas sustentados pelo próprio regime.
    creio que devemos esperar pelo pior nesta área.

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  3. Creio que toda desobediência caminha para um sacrifício.

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  4. Talvez muitos dirão que a via do sacrifício seja a única forma de resistência ou de quebra a esta ordem que se instaura, entretanto devemos nos lembrar que como cristãos nossa observância é na figura de Jesus Cristo. E o que ele foi? Foi obediente aos ditames de Roma, não se opondo a eles diretamente, tampouco indiretamente. A sua missão (digo assim) foi o de criticar justamente aqueles que pela sua postura e compromisso com a Palavra de Deus - e que deveriam ser os primeiros a se indispor contra Roma - se deixaram corromper pelo poder e permaneceram temerosos em perder seus privilégios diante do povo. Era preferível manter o povo sob as rédeas curtas, ainda que custanto seu próprio aprisionamento. Portanto assim penso que a via do sacrifício, apesar de plausível em resultados, não é uma saída plenamente acertada dentro da doutrina e aspectos cristãos.

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  5. Esclareço nesta nota póstuma que, quando digo que Jesus obedeceu à Roma não o disse no sentido de obediência ao sistema cultural, mas ao seu sistema político vigente e cidadania. Dentro dos territórios conquistados a máxima era a obediência aos legisladores romanos, que entre outras coisas regulava os impostos e a segurança. Os territórios palestinos eram, na visão de muitos romanos, borda de fronteira do império. Assim como na matéria apresentada pelo pr. Ubirajara a igreja fica num local fronteiriço e de cruzamento de culturas e etnias, ambiente este propício para a circulação de ideias revolucionárias de um modo geral. O homem torna-se reflexo do momento histórico e social em que vive, portanto era comum que toda a oposição local fosse vista como uma oposição à Roma; não teve jeito em evitar que Cristo fosse visto como rebelde, revolucionário e agitador político (como existem muitos historiadores que teorizam a respeito) e fosse acusado pelo seu povo. Os fariseus queriam-no longe dos seus negócios, então tornaram-no um agitador e o entregaram à Roma. Mas podem ver que em momento algum Cristo duvidou da autoridade romana. De fato no seu diálogo com Pilatos ele apenas afirmou que a autoridade sobre ele [Jesus] seria válida se fosse dada por Deus (i.e., religiosa), atestanto que quem o condenou fez para sua própria condenação [os fariseus]. Ele não questionou a autoridade de Pilatos, tampouco a de Roma.

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  6. Gostei da alusão ao local fronteiriço, mas isto não significa subir no muro. Não existe terreno neutro neste mundo. Este local fronteiriço, é, na realidade, um local de colisão de idéias. O que passar deste ponto vem do maligno e via para ele.
    é bom lembrar as palavras de nosso Mestre, que disse serem Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça.
    Impossível ser justo sem se posicionar. Uma trama difícil está diante de nós: Obedecemos a tudo o que as autoridades dizem, ou há um limite. Se aprovada a lei contra a hemofobia, sem alteração do texto apresentado pelos que a formularam, terei de fazer casamento entre homossexuais.

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